Casal pode ter matado jovem grávida em ritual satânico, diz polícia
Sérgio Mota e Simone Melo são suspeitos do assassinato de Atyla Barbosa. Eles divulgavam rituais satânicos nas redes sociais
atualizado
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O assassinato da jovem Atyla Barbosa, de 20 anos, em Moraguá, no litoral paulista, rendeu questionamentos peculiares à Polícia Civil de São Paulo. A corporação acredita que o casal suspeito de ter matado a mulher, grávida de três meses, estava envolvido em uma seita satânica. A informação é do portal UOL.
Para a polícia, Sergio Ricardo da Mota, de 47 anos, e Simone Melo, de 41 anos, mataram a jovem em um ritual para resgatar o seguro de vida de R$ 260 mil.
De acordo com a reportagem, até o início de agosto, a corporação trabalhava com a hipótese de afogamento, apresentada pelos patrões de Atyla, Sergio e Simone, que diziam ser seus padrinhos.
Pouco mais de um mês depois do ocorrido, no entanto, a polícia tomou conhecimento de uma apólice de seguro de vida de R$ 260 mil, feito em nome da jovem, cuja beneficiária era Simone. Atyla morava há menos de sete meses com o casal.
“Nós estamos trabalhando com indícios: tem a apólice de seguro em que a beneficiária é a Simone, mas também achamos contas correntes, cartões de crédito e até uma empresa abertas no nome de Atyla”, revelou o delegado Ruy de Matos, da Delegacia Seccional de Mongaguá. “Ela está há sete meses com um casal que nunca viu nem mais gordo, nem mais magro e já sai abrindo isso tudo. Estranho, não?”
Seitas
Segundo o UOL, o casal teve a prisão temporária decretada na última sexta-feira (17/8) sob a suspeita de ter matado Atyla para ficar com o valor da apólice. No entanto, uma possibilidade um tanto quanto inusitada caiu nas mãos da polícia. Em uma busca na casa do casal em Itanhaém, cidade vizinha ao ocorrido, agentes encontraram objetos e livros de seitas satânicas.
O delegado diz acreditar que a morte da moça está relacionada aos rituais. “Ela [Simone] diz que eles são luciferianos, que é diferente dos satanistas, mas é tudo do mal”, afirma de Matos. “Eles iriam ofertar duas crianças a Lúcifer.” A polícia suspeita que o feto que Atyla gestava seria o primeiro deles e Sergio, o pai.
A reportagem afirma que, durante a revista na casa do casal, a polícia também encontrou um caderno com anotações de como seria feito o depoimento para o boletim de ocorrência. “Eles têm essa coisa dramatúrgica. A moça ia andar às 19h30 no meio do breu que é aquela praia, entrar na água só até a altura da canela e sumir no meio do nevoeiro? Isso não existe”, afirma o delegado.
O depoimento do casal também conflita com o da mãe de Atyla, Selmair Arruda. De acordo com ela, a jovem saiu de Aparecida de Goiânia (GO), a mais de mil quilômetros do litoral paulista, em busca de uma nova oportunidade de emprego. Em depoimento, ela disse que estranhava as conversas que tinha com a filha pelo telefone e sentia que havia algo errado.
Luciferianos
O casal Sergio e Simone tem uma página aberta no Facebook em que promovem “serviços espirituais” pagos em ofertas a Lúcifer. “Você que procura um pacto verdadeiro para uma mudança real em sua vida, realmente sabe o que quer para a sua vida, não só por riqueza mas também por libertação de espírito, com real garantia de seus objetivos, nos procure”, diz uma
das postagens.
As fotos mostram Simone e Sergio com roupas, chapéu e capas pretas em meio a caveiras, bonecos em miniatura e velas pretas.