Casal do Leblon morreu por falha em equipamento de gás, atesta perícia
Laudo apontou para o aumento da concentração de monóxido de carbono em nível 50 vezes superior ao máximo esperado e oxigênio insuficiente
atualizado
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Rio de Janeiro – A Polícia Civil do Rio concluiu que Mateus Correia Viana e Nathalia Guzzardi Marques foram vítimas de “inalação contínua em ambiente enriquecido por monóxido de carbono”, em decorrência da ação de combustão do aquecedor de água instalado no banheiro, desrespeitando as normas técnicas em vigor.
A conclusão foi possível após análise dos laudos periciais feitos por profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) no apartamento onde o casal foi encontrado morto, dentro do banheiro, no Leblon, na zona sul do Rio, dia 22 de junho.
De acordo com o jornal O Globo, o documento de 11 páginas indica que testes realizados no local, reproduzindo o funcionamento do equipamento, apontou para o aumento da concentração de monóxido de carbono em nível 50 vezes superior ao máximo esperado e cerca de sete vezes a concentração limite de exposição ambiental no trabalho.
Os dados indicam a falha do processo de exaustão dos gases de combustão do aquecedor.
Durante o teste, os técnicos constataram a concentração de 277 partes por milhão (ppm) de monóxido de carbono no interior do banheiro durante cinco minutos de uso do aquecedor. O índice é superior ao limite de 5 ppm indicada como produção máxima em condições adequadas. O nível de oxigênio do cômodo também ficou inferior ao limite mínimo de segurança.
“Vale lembrar que, nessas concentrações, já se pode observar efeitos nocivos sobre o corpo humano, como tonturas, cefaleia, progredindo para a perda de consciência”, destacam os peritos no laudo.