Casa onde João Pedro, de 14 anos, morreu tem 72 marcas de tiros
O pai do adolescente afirmou que os policiais forjaram uma versão sobre a ação policial que matou o jovem
atualizado
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O pai do adolescente João Pedro Matos Pinto, 14 anos, atingido por um tiro de fuzil dentro da própria casa, na última segunda-feira (18/05), voltou a afirmar que a Polícia Civil forjou uma versão sobre a ação policial que matou o jovem, e que as paredes do imóvel tem pelo menos 72 marcas de tiros.
Em entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes, Neilton Matos negou que os criminosos tenham invadido a residência, como dito na versão dos policiais. “A polícia quer forjar uma situação. Não tinha bandido. Entraram na casa e atiraram duas granadas. Além dos tiros. Só tinha adolescentes de família”, afirmou.
Para Neilton, quem tirou o sonho do filho foi a polícia. “João não estava na rua em confronto. Estava dentro de uma casa, de um lar. Ninguém tem o direito de entrar na casa de alguém e tirar a vida de um jovem de 14 anos”, lamentou.
O pai do jovem acredita que os culpados serão punidos e diz crer na Justiça de Deus. “Se aqui a Justiça não for feita, a de Deus será, mas esperamos que seja cumprida aqui. Meu filho tinha sonhos, já sabia o que queria. Queria ser advogado e ele tinha condições para isso. Um filho com notas boas, um menino 100%”, relembrou.
Versões diferentes
A versão contada pelos agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) que participaram da ação da Polícia Civil é de que traficantes teriam invadido a casa, atirado e jogado granada contra os policiais, que revidaram.
O delegado responsável pelo caso, Allan Duarte, já ouviu o depoimento de três policiais civis e duas testemunhas, e descartou o envolvimento dos jovens com traficantes.