Casa histórica da Princesa Isabel em Petrópolis é atingida por chuvas
Endereço da cidade foi atingido e força da água derrubou um muro e parte da proteção; o Iphan informou que fará vistoria
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A antiga casa da Princesa Isabel, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, não escapou da destruição causada pela chuva que atingiu a cidade nessa terça-feira (15/2). Um muro e as grades da residência, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foram derrubados pela força da água.
O temporal que causou a tragédia no município deixou, ao menos, 80 mortos. Veja o vídeo de como ficou o imóvel:
O imóvel foi atingido pela enchente que passou pelo centro histórico da cidade turística, marcada por espaços importantes que guardam a memória do Brasil. Todo o bairro acabou bastante afetado e se transformou em um enorme lamaçal.
Na Avenida Koeler, via que abriga a construção, outras casas também sofreram estragos. Muros e portões foram derrubados e diversos veículos acabaram arrastados pelas ruas da região.
Ao Metrópoles, o Iphan informou que o órgão deve enviar equipes para vistorias, no entanto, ainda não é possível estimar com precisão o que foi perdido ou danificado na cidade. O escritório técnico da Região Serrana, que também fica no centro histórico de Petrópolis, não tem condições de funcionar presencialmente neste momento.
História do endereço
A casa da Princesa Isabel foi construída por volta de 1853 por seu primeiro proprietário, o Barão de Pilar, e, em 1874, foi alugada pelo Conde D’Eu, marido de Isabel. Em 1876, a residência acabou adquirida pelo casal e, no local, nasceram seus dois primeiros filhos.
O espaço, que conserva características neoclássicas, funcionou como lar oficial da Princesa Isabel até a Proclamação da República.
Após 15 de novembro de 1889, passou a ser ocupada pelas delegações diplomáticas de diversos países e pela Nunciatura Apostólica. Posteriormente, abrigou estabelecimentos de ensino. Atualmente é sede da Cia Imobiliária de Petrópolis, onde também funciona o Antiquário da Princesa, ambos de propriedade da Família Imperial.
Museu Imperial
Visitantes e funcionários que estavam no Museu Imperial de Petrópolis, outro espaço histórico do munícipio, no momento do temporal, tiveram que passar a noite no local. Após ficarem abrigados nas dependências do palácio, as pessoas foram liberadas na manhã desta quarta-feira (16/2). O prédio não sofreu danos e o acervo está preservado.
No entanto o local está em estado de alerta e a Defesa Civil foi acionada para avaliar as estruturas das edificações. Dois prédios do complexo, onde funcionam o refeitório e o vestiário dos funcionários, estão comprometidos em decorrência de um deslizamento no terreno anexo. Ambos acabaram interditados por medidas de segurança. As visitações estão suspensas.
O palácio foi construído em 1845 e era a residência de verão da família real brasileira. Aberto ao público desde 1943, o museu possui o principal acervo do país relativo ao império brasileiro, em especial o Segundo Reinado, sob o governo de Dom Pedro II. São cerca de 300 mil itens, entre obras de arte, joias e cartas.