Casa da Morte, em Petrópolis, vai virar memorial da ditadura militar
Memorial deve receber investimento de R$ 1,4 milhão pelo Poder Executivo. Casa da Morte era usada para aprisionar, torturar e matar pessoas
atualizado
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Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) termo de convênio entre o Ministério Direitos Humanos e da Cidadania e a Prefeitura de Petrópolis (RJ) que transformará a Casa da Morte, na cidade da serra fluminense, em um memorial. O espaço era utilizado de forma clandestina durante a ditadura para aprisionar, torturar e matar pessoas sequestradas pelo Estado. A publicação saiu nesta nesta quinta-feira (8/8).
Desde janeiro deste ano os órgão públicos atuam em um processo de desapropriação do imóvel, passo fundamental para construção do memorial. Agora, o espaço busca investimento de R$ 1,4 milhão pelo Poder Executivo, que permitirá a primeira fase da transformação do espaço, incluindo a desapropriação e reparações no estado do imóvel.
Serão implementados, ainda, um projeto museológico, composição de acervo e um plano educativo para preservar a história da casa.
A Casa da Morte
Durante a ditadura militar, o local, conhecido como “a Casa da Morte”, foi usado como centro de tortura. Do espaço, diversos civis desapareceram. O imóvel foi cedido pelo proprietário a uma autoridade local, que o repassou ao Centro de Informações do Exército (CIEx).
Estudos estimam que pelo menos 22 pessoas foram mortas no local. Apenas uma pessoa conseguiu sobreviver à Casa da Morte, Inês Etienne Romeu, que faleceu em 2015.
Inês relatou todo o processo vivido no local e protocolou um documento-relato na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1979. Com o depoimento, a localização e o uso clandestino da casa vieram à tona.