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Carta em Defesa da Democracia une de lavajatistas a esquerdistas

Ex-ministros do STF, ex-membros dos governos FHC, Lula, Dilma e Temer; banqueiros e artistas assinaram carta em defesa de eleições

atualizado

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José Cruz/Agência Brasil
Urnas eletrônicas
1 de 1 Urnas eletrônicas - Foto: José Cruz/Agência Brasil

A divulgação de uma Carta em Defesa da Democracia se tornou um dos principais fatos políticos da semana no Brasil por representar uma ampla união de ideologias políticas distantes umas das outras em quase tudo, mas consensuadas em apoio ao sistema eleitoral brasileiro.

Formulado por professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o documento recebeu o apoio de políticos de esquerda e de direita, de economistas ortodoxos e heterodoxos; de advogados lavajatistas e garantistas e até mesmo de personagens que já estiveram ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

Sem citar nomes justamente como tática para atrair uma ampla gama de apoios, a carta afirma que o Brasil “está passando por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.

Veja todos os signatários da carta até esta terça-feira (26/7):

Quem Assina a Carta by Raphael Veleda on Scribd

O texto defende as urnas eletrônicas ao dizer que “o processo de apuração no país tem servido de exemplo no mundo, com respeito aos resultados e transição republicana de governo”.

Perto da conclusão, o texto diz que “no Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários” e que “ditadura e tortura pertencem ao passado”.

Canetas de diferentes cores

Entre as centenas de assinaturas que a carta já conseguiu, estão os nomes de nove ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Carlos Ayres Britto; Ellen Gracie e Sepúlveda Pertence.

Estão lá também as assinaturas de alguns dos maiores banqueiros do país, como Candido Bracher e Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco; e de grandes empresários, como Guilherme Leal, da Natura, e Eduardo Vassimon, da Votorantim.

Políticos e economistas de todos os campos também colocaram seus nomes no documento: o deputado Rui Falcão, ex-presidente do PT, está lá junto a personalidades de quem é adversário histórico, como o economista liberal Pedro Malan, que foi ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso.

Há, entre os signatários, também ex-ministros dos governos de Lula (como Renato Janine Ribeiro), Dilma (como José Eduardo Cardozo) e Temer (como Aloysio Nunes).

No campo jurídico, a lista é grande e diversa. Estão lá nomes como o de Raquel Dodge, procuradora-geral da República na gestão Temer; advogados críticos da Lava Jato, como Antônio Claudio Mariz de Oliveira; e procuradores que atuaram na operação, como o procurador da república Vladimir Aras.

Entre os economistas aparecem pessoas da esquerda ao lado de liberais, como Edmar Bacha, que ajudou a formular o Plano Real, e Elena Landau, que faz o programa de Simone Tebet (PMDB), pré-candidata do MDB à presidência.

Leitura da carta

Um ato está programado para ocorrer na manhã do dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito, onde será feita a leitura da carta, pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga estão entre os signatários, além de artistas como Chico Buarque e Alessandra Negrini.

Leia a íntegra do manifesto:

Carta em defesa da democracia by Metropoles on Scribd

Reação bolsonarista

Não  houve uma resposta oficial do governo ou da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro ao conteúdo do texto, mas o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se manifestou.

“Presidente Bolsonaro, sabe porque [sic] os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo nos congelamentos de câmbio do passado? Porque hoje, graças ao desprendimento do poder do senhor e à visão de país do ministro Paulo Guedes, o Brasil passou a ter um Banco Central independente. Antes, o Banco Central podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros”, escreveu, nas redes sociais, o ministro e presidente licenciado do PP.

“Agora, graças ao senhor, o Banco Central não obedece ao presidente. É independente. E agora os banqueiros podem até assinar manifestos contra o presidente pois sabem que não serão perseguidos. Eles podem assinar manifestos contra porque estão livres da perseguição, sim”, continuou Ciro Nogueira, que ainda insinuou que os banqueiros estão incomodados com supostos prejuízos causados pela instituição das transferências via Pix.

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