Carros híbridos: quais seminovos mais se valorizaram em um ano?
Apesar de novos (e ainda caros) no mercado brasileiro, eles se consolidam e conseguem ter variação de até 16%, como é o caso do Fusion 2018
atualizado
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A Mobiauto já havia desmistificado durante o período crônico da pandemia aquela “regra” do mercado brasileiro de seminovos que apontava para uma acentuada desvalorização dos importados de luxo. A empresa resolveu selecionar agora uma pequena, mas extremamente estratégica, fatia dentre esses modelos estrangeiros:os híbridos seminovos. Pelo que se conhecia, os importados perdiam rapidamente suas cotações.
A startup do segmento automotivo mostrou que “não”. Eles já não perdem valor, inclusive porque, ancorados diretamente nos preços em dólar, esses importados viram seus preços de novos serem majoritariamente reajustados, o que puxou as cotações de seminovos também para cima.
Mas e os híbridos? De cara, o mercado de seminovos assusta-se com eles. Não é errado ficar receoso com o custo de manutenção oneroso, em razão da complexidade eletrônica desses modelos, que utilizam módulos sofisticados para gerenciar a propulsão do motor a combustão, a do elétrico… e a forma como as duas interagem.
Ainda que esse custo de manutenção pareça mais alto que modelos convencionais, movidos apenas por motores térmicos, o fato é que essa realidade ainda não se aplica. Na pesquisa da Mobiauto, os dez modelos com maior volume de negociações no segmento de usados foram pesquisados, com unidades ano/modelo 2018 a 2022: BMW i3, 530e e X5, Ford Fusion, Lexus NX 300 e UX 250H, Toyota Corolla, Corolla Cross e RAV4, e Volvo XC60. Haveria diversos outros modelos a serem incluídos na pesquisa, mas a movimentação desses carros no mercado de seminovos é bem tímida.
A Mobiauto apurou que, na média, esses dez veículos tiveram uma variação negativa de preços, no recorte de julho a setembro de 2021 versus os mesmos meses de 2022, de somente 0,42%. “Poucas semanas atrás, nós fizemos uma pesquisa com os modelos hatches aventureiros do mercado nacional, enfatizando a variação de preços de Chevrolet Onix Activ, Fiat Uno Way etc.
Bom, esses carros ganharam 3,61% no último ano. Ora, isso dá uma diferença média de cerca de 4% em relação aos híbridos, o que não é ruim”, compara Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto, que coordenou a pesquisa.
Dos dez modelos pesquisados, considerando alguns ano-modelos do mesmo veículo, a pesquisa apurou vinte cotações. Curiosamente, nove deles tiveram variações positivas, isto é, valorizaram no último ano. O campeão foi o Ford Fusion, que aumentou sua cotação em 16,79%! Veja o ranking dos nove modelos que se valorizaram de um ano pra cá.
Marca | Modelo | Versão | Ano | R$/Jul-Set/21 | R$/Jul-Set/22 | Variação |
Ford | Fusion | 2.0 16V Hybrid Titanium (Aut) | 2018 | R$ 124.648,14 | R$ 145.569,83 | 16,79% |
BMW | 530e | M Sport 2.0 Turbo Híbrido (Aut) | 2019 | R$ 296.573,75 | R$ 330.750,00 | 11,52% |
BMW | 330e | M Sport 2.0 Turbo Híbrido (Aut) | 2021 | R$ 338.233,33 | R$ 356.450,00 | 5,39% |
Volvo | XC60 | 2.0 T8 Hybrid Polestar Engineered AWD | 2020 | R$ 393.283,33 | R$ 414.300,00 | 5,34% |
Toyota | Corolla | 1.8 Hybrid Altis Premium CVT | 2020 | R$ 151.981,31 | R$ 155.811,21 | 2,52% |
Toyota | Corolla Cross | XRX Hybrid 1.8 (flex) (Aut) | 2022 | R$ 190.963,33 | R$ 195.726,73 | 2,49% |
Toyota | Corolla | Altis Premium Hybrid 1.8 (Flex) (Aut) | 2022 | R$ 168.810,00 | R$ 171.703,33 | 1,71% |
Toyota | RAV4 | S 2.5 L AWD Hybrid | 2020 | R$ 231.896,67 | R$ 234.552,23 | 1,15% |
BMW | i3 | E-Drive Full (Aut) | 2020 | R$ 249.901,67 | R$ 252.425,00 | 1,01% |
Outro ponto mencionado por Sant Clair Castro Jr. diz respeito à variedade de opções listadas na pesquisa. “Você encontra modelos da Toyota, que é a marca com maior número de opções entre os melhores colocados, bem como importados de altíssimo luxo, caso da BMW, e até modelos fora de linha, que é até o campeão da pesquisa, o Ford Fusion”, diz Castro Jr.
“Quando modelos tão diversificados apresentam percentuais tão próximos, isso nos ensina que a compra de um carro híbrido seminovo, no Brasil, não tem ocorrido por essa característica técnica. E sim por outros atributos”, opina o consultor. Por essa razão, os híbridos estão indo bem.