Carrões, joias e iate: o que foi confiscado na prisão do “Rei do Lixo”
Operação deflagrada pela PF na Bahia apura a suspeita de desvio de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos e emendas parlamentares
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou na última semana a Operação Overclean, na Bahia, para investigar um suposto esquema bilionário de desvio de recursos públicos e emendas parlamentares que movimentaram R$ 1,4 bilhão.
A ação predeu o empresário José Marcos Moura, conhecido em Salvador (BA) como o “Rei do Lixo da Bahia”, por vencer diversos contratos de licitação de limpeza urbana no estado, por meio de sua empresa, MM Consultoria Construções e Serviços. A companhia também foi alvo das buscas feitas pelos policiais federais.
Mas não é só o montante em dinheiro que chama a atenção na operação. O bens apreendidos dão a exata noção da vida de luxo que os envolvidos no esquema levavam.
De acordo com dados da investigação, obtidos pelo Metrópoles, foram apreendidos 23 carros de luxo, três iates, seis imóveis, joias e mais de R$ 3 milhões em espécie do grupo criminoso formado por políticos e empresários.
Veja:
• Dinheiro em espécie: R$ 3.403.521,90
• Carros de luxo: 23
• Barcos de luxo: 3
• Aeronaves: 3
• Imóveis de alto padrão: 6
• Relógios de luxo: 38 (tem relógio que chega a custar cerca de R$ 800 mil)
• Valores sequestrados: R$ 162.379.373,30
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), apenas em 2024 o grupo “celebrou contratos no valor de R$ 825 milhões” em um “superfaturamento parcial” de mais de R$ 8 milhões em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Propina em jatinho
Na última terça-feira (10/12), agentes da corporação flagraram, em Brasília, uma tentativa de pagamento de R$ 1,5 milhão em propina com recursos transportados em um jatinho Learjet de Salvador (BA) até a capital federal.
De acordo com a Polícia Federal, o voo foi organizado pelo empresário José Marcos Moura, conhecido em Salvador como o “Rei do Lixo”, por vencer diversos contratos de licitação de limpeza urbana no estado da Bahia. Ele foi preso durante a Operação Overclean.
Agentes da PF seguiram o empresário Alex Rezende Parente e o ex-coordenador do Dnocs na Bahia Lucas Lobão. Os policiais estavam monitorando os suspeitos desde o hangar em Salvador (BA) até o desembarque em Brasília, quando apreenderam R$ 1.538.700 em espécie.
A Operação Overclean foi deflagrada pela CGU, a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal do Brasil (RFB), com o apoio da Homeland Security Investigations – HSI (Agência Americana de Investigações de Segurança Interna).
Segundo os investigadores, “a ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. O esquema ilícito impactou diretamente o Dnocs e a Coordenadoria Estadual da Bahia (CESTBA), além de outros órgãos públicos”.