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Cármen Lúcia vota por ilegalidade de dossiê contra “antifascistas”

A ministra é relatora da ação em que a Rede Sustentabilidade questionou e tornou pública a vida de 579 servidores

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STF Ministra do STF, Camen Lucia, em votação do habeas corpus de Lula. Ela fala diante de um computador e microfones, cercada de livros - Metrópoles
1 de 1 STF Ministra do STF, Camen Lucia, em votação do habeas corpus de Lula. Ela fala diante de um computador e microfones, cercada de livros - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (6/5) pela inconstitucionalidade da produção e do compartilhamento de dossiê elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, com informações sobre servidores classificados como “antifascistas”.

A magistrada, que é relatora do caso, proferiu seu voto na ADPF nº 722, que está em julgamento no plenário virtual do STF.

Quando protestos contra o governo federal se reuniram sob a bandeira do movimento antifascista, ou “antifa”, em meados de julho de 2020, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pronunciou-se contra os manifestantes, a quem chamou de “terroristas”, “marginais” e “idiotas que não servem para nada”.

Nas semanas seguintes, uma secretaria do Ministério da Justiça produziu e enviou a órgãos do setor de segurança em todo o país um relatório sobre o movimento. O documento identificava, inclusive, 579 servidores caracterizados como “antifas”.

A existência do relatório foi revelada pela coluna do repórter Rubens Valente no portal UOL, e confirmada pelo Metrópoles. Consultado, o governo classificou o serviço de inteligência como “atividade de rotina”. É a constitucionalidade desse documento que é contestada no STF.

Relatório

Segundo a reportagem, a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) produziu, na primeira quinzena de junho deste ano, um relatório com o título “Ações de Grupos Antifa e Policiais Antifascismo”. A investigação foi feita após vir à tona, em 5 de junho, o manifesto “Policiais antifascismo em defesa da democracia popular”, assinado por 503 servidores aposentados ou da ativa de órgãos de segurança pública de todo o país.

A partir dessas assinaturas, a Seopi ampliou a investigação e listou, segundo o UOL, 579 nomes de servidores “antifascistas” em uma tabela. Os funcionários foram divididos por estado. Não há investigação formal contra os alvos, apenas sua listagem como simpatizantes do antifascismo.

Notícias relacionadas a servidores antifascismo e livros como Antifa – o manual antifascista, de Mark Bray, fazem parte do relatório, de acordo com a apuração.

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