Cármen Lúcia: “Família com filha assassinada nunca mais será a mesma”
Ministra classificou o feminicídio como desumano e cruel. Em 2023, Brasil registrou um caso de feminicídio a cada 6 horas
atualizado
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Durante entrevista à GloboNews, na manhã desta quarta-feira (13/3), a ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou sobre a alta nos casos de feminicídio no país, em 2023. A ministra comparou o feminicídio a uma endemia — quando uma uma doença acontece com muita frequência em uma região — e classificou o crime como desumano e cruel.
Em 2023, 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio. O número é o maior registrado desde que a lei foi criada, em 2015. “Eu tenho dito que não quero nem mais falar em enfrentamento da violência, mas, sim, em promoção da paz, porque vai ser bom para todos, mulheres e também para os homens. Não é possível continuar neste quadro de atrocidades e desumanidade”, criticou a ministra.
Cármen Lúcia afirmou que o direito se constrói com uma ideia de justiça incompatível com a realidade brasileira. “A família que tem uma filha assassinada nunca mais vai ser o que foi antes dessa tragédia. Porque é isso uma tragédia”, finalizou.
Durante a entrevista, a ministra comentou sobre a violência que mulheres sofrem em anos eleitorais e a desestimulação da participação feminina na vida pública.