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Cármen Lúcia arquiva ação sobre interferência de Bolsonaro na PF

Ministra considerou que suposta interferência do presidente na investigação sobre corrupção no MEC já é tratada em outra investigação

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STF Ministra do STF, Camen Lucia, em votação do habeas corpus de Lula. Ela fala diante de um computador e microfones, cercada de livros - Metrópoles
1 de 1 STF Ministra do STF, Camen Lucia, em votação do habeas corpus de Lula. Ela fala diante de um computador e microfones, cercada de livros - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta terça-feira (27/9), que seja realizado o arquivamento de investigação proposta por parlamentares acerca de suspeita de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação sobre a atuação do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro junto a pastores evangélicos.

A ministra considerou em sua decisão que o suposto esquema de corrupção no MEC já é tratado em inquérito específico sobre o tema.

O pedido de parlamentares trata da hipótese de que o mandatário do país teria alertado Milton, em ligações telefônicas, de possíveis buscas contra o ex-titular do MEC.

“Segundo o próprio Ministério Público, há elementos que indicariam a possibilidade de vazamento das apurações no caso, com possível interferência ilícita por parte de Jair Bolsonaro”, ponderou um dos autores, o deputado Israel Batista, no pedido.

A investigação

Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro Milton Ribeiro em 22 de junho, no âmbito de uma operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC.

A operação apura o esquema de favorecimento em liberação de verbas do MEC para prefeituras ligadas aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos integrantes da Assembleia de Deus e sem nenhum cargo na pasta. Os dois também são alvo de investigação da PF.

A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 kg de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

O Ministério da Educação afirma, em nota, que vai colaborar com as investigações e que o governo federal “não compactua com qualquer ato irregular”. A sede da pasta, em Brasília, foi alvo de buscas da Polícia Federal.

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