Carlos Ghosn paga fiança e deixa prisão em Tóquio
Ex-executivo da Nissan, o brasileiro pagou fiança de 1 bilhão de ienes (R$ 33,8 milhões), estabelecida na véspera pela Justiça japonesa
atualizado
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Após 108 dias preso em Tóquio, o executivo Carlos Ghosn foi libertado nesta quarta-feira (6/3). O brasileiro pagou fiança de 1 bilhão de ienes (R$ 33,8 milhões), estabelecida na véspera pela Justiça japonesa. A informação foi divulgada pela emissora de TV NHK.
Ghosn é acusado de falsificar informes sobre seus rendimentos e de ter se beneficiado de recursos da Nissan, montadora japonesa da qual foi o principal executivo e o presidente do conselho de administração.
O julgamento do brasileiro não está marcado, mas não deverá ocorrer em um prazo inferior a seis meses, segundo a avaliação de advogados. Até lá, Ghosn permanecerá vivendo em Tóquio. Imagens da NHK mostram Ghosn saindo da prisão vestindo um uniforme, máscara e boné.
Ele deixou o prédio e entrou em uma van, sob os olhares de centenas de jornalistas que o aguardavam. O executivo nega irregularidades e diz estar passando por um “terrível martírio”.
Ghosn foi preso em 19 de novembro do ano passado e, desde então, estava preso na Casa de Detenção de Tóquio. Ele é acusado de subestimar a própria renda em mais de US$ 80 milhões, ao longo de oito anos, nos relatórios financeiros da Nissan e de fazer a montadora pagar pela companhia de um amigo da Arábia Saudita, que o ajudou com um problema financeiro pessoal.