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Carlos Bolsonaro não vai mais interferir no governo, dizem aliados

A informação de que o filho do presidente será “controlado” a partir de agora causa desconfiança de que realmente será cumprida

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Caio César/Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Carlos Bolsonaro
1 de 1 Carlos Bolsonaro - Foto: Caio César/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro afirmam que ele decidiu atender aos apelos políticos e manter o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, no cargo. O presidente ainda não conversou com o ministro. A informação foi dada a Bebianno pelos colegas Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto Santos Cruz (Secretaria de Governo).

Ambos fazem parte do grupo que trabalhou para amainar a crise entre Bolsonaro e Bebianno e garantir a permanência do ex-presidente do PSL no governo. Bebianno, que foi chamado publicamente de mentiroso pelo presidente e seu filho Carlos, avisou que não pediria demissão, apesar da pressão, e que caberia a Bolsonaro tomar a iniciativa se quisesse.

O acertado nas conversas é que o vereador Carlos Bolsonaro não irá mais interferir nas questões do governo. Mas a informação de que o filho do presidente será “controlado” a partir de agora causa desconfiança de que essa parte do acordo será realmente cumprida.

Carlos tem feito ataques a membros do governo e chegou a divulgar o áudio de Whatsapp do pai para corroborar seu ataque a Bebianno, a quem chamou de mentiroso. A disputa entre Carlos e Bebianno é antiga. O ministro deixou vazar, ainda na transição, que o vereador integraria o governo, o que provocou críticas até mesmo de eleitores de Bolsonaro nas redes sociais condenando o nepotismo. Esse movimento tirou de Carlos a chance de despachar do Planalto.

Onyx e Santos Cruz foram ao encontro de Bebianno após conversarem com o presidente sobre o caso. Como o Estado revelou ontem, preocupados com a ação dos filhos, que em vários momentos têm trazido diferentes crises para o governo, e com a proteção que eles têm recebido do pai, os “bombeiros” do Planalto entraram em campo.

Mais do que proteger Bebianno, esses interlocutores do presidente estão convencidos de que “é preciso estancar” essa ação dos filhos de Bolsonaro, que estariam prejudicando o país. Lembram que misturar família e governo nunca deu bons resultados e isso, mais uma vez, está sendo provado com seguidos episódios nestes menos de dois meses de nova administração.

Além das desavenças com Carlos, a tensão instalada entre Bolsonaro e Bebianno tem origem em suspeitas de financiamento de candidaturas laranja pelo PSL. A crise ocorre no momento em que o Planalto tenta manter coesão para as negociações da pauta de votação mais importante no Legislativo: a da reforma da Previdência.

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