Carioca cria horta caseira autônoma e fatura prêmio internacional
Startup de estudante de engenharia, que já fez seu primeiro milhão, criou dispositivo que utiliza pequenas cápsulas de solo autoirrigáveis
atualizado
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Rio de Janeiro – Hábito que se tornou mais frequente desde o início da pandemia do novo coronavírus, em especial para os que migraram para o home office ou os que perderam sua ocupação fora de casa, os brasileiros têm manifestado cada vez mais a necessidade de plantar em suas residências, em especial cultivar ervas e hortaliças para o consumo, levando para a mesa uma alimentação mais saudável. Sem falar no caráter terapêutico da atividade, que ajuda a ocupar o tempo e distrair quem está em isolamento social.
“No entanto, pesquisas apontam que 74% das pessoas querem, mas não plantam em casa. Elas não fazem alegando falta de tempo, de conhecimento sobre como cuidar ou de espaço na residência”, informa o carioca Rodrigo Farina, estudante de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que venceu a etapa Brasil do Global Student Entrepreneur Awards (GSEA) 2021 com um projeto que é a solução para quem quer seguir plantando em casa, com mais facilidade, e que já rendeu à startup do projeto seu primeiro milhão de reais de faturamento.
Realizado pela Entrepreneurs Organization (EO), a disputa caminha para grande final mundial, quando Rodrigo apresentará a Brota, um modelo de mini horta caseira que utiliza pequenas cápsulas de solo autoirrigáveis. “A Brota resolve tudo isso de uma só vez, sendo autônoma, inteligente e compacta. Assim é possível que qualquer um plante o que quiser, onde quiser e quase sem esforço”, explica o empreendedor que concorreu com mais 23 jovens inscritos no evento, transmitido on-line.
Além do prêmio de R$ 10 mil e da matrícula em um workshop de empreendedorismo, ele conquistou o direito de participar da grande final global do GSEA, principal competição internacional para jovens estudantes empreendedores, que acontecerá virtualmente em maio. “As cápsulas da Brota já vêm com a quantidade certa de terra, nutrientes e oxigenação e podem ser repostas de acordo com a vontade ou necessidade do usuário”, ensina. A Brota pode ser comprada por R$ 225 no site da startup www.brotacompany.com.br.
A competição dá aos jovens uma oportunidade única de apresentar seus projetos inovadores e acelerar negócios com empresários consagrados e investidores. Na final brasileira, Farina venceu a alagoana Liliane Vicente, que apresentou a Amatis, empresa de empreendedorismo social que auxilia pessoas carentes a gerarem renda produzindo alimentos por meio de hortas hidropônicas e a comercializarem a produção via delivery. O terceiro colocado foi o estudante de engenharia Caio Rodrigues, diretor-executivo da Toti, plataforma de ensino que forma refugiados e imigrantes através de um curso de formação profissional voltado à tecnologia.
“O empreendedorismo é uma das forças-motrizes que fazem o mundo girar. Temos ótimos estudantes empreendedores aqui no Brasil e nosso papel é apoiá-los e impulsionar seus negócios”, diz Daniel Miglorancia, responsável pela EO no Brasil.
Além de prêmios em dinheiro, os finalistas ganharam sessões de mentoria de assuntos jurídicos. Durante a final, a EO lançou oficialmente no Brasil o Accelerator BR, um instrumento catalisador de recursos financeiros que permite a empresas iniciantes acelerarem seus planos de negócios.
Além dos pitchs (apresentação direta e curta, com o objetivo de vender a ideia da sua startup para um possível investidor) de cada concorrente, o evento contou com palestras de empreendedores experientes, que falaram sobre suas trajetórias. Entre elas, Sergio Saraiva, CEO da Rappi, falou sobre sua caminhada desde os 19 anos de idade, quando entregava pizza para pagar a faculdade. “Todo dia é preciso subir a barra do seu próprio desempenho”, disse.