Carajás é exemplo a ser seguido em toda a Amazônia, diz ministro
“Ninguém aqui quer fazer mineração e acabar com o meio ambiente”, afirmou Coelho Filho
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse nesta terça-feira (3/10), que a exploração de minério de ferro feita pela Vale em Carajás, no Pará, deve ser vista como modelo para novos projetos minerais previstos para toda a Amazônia.
Em audiência pública realizada no Senado, Coelho Filho voltou a dizer que as polêmicas que levaram à revogação do decreto que acabava com a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) foram alvo de um debate “apaixonado” sobre o assunto. “Esse é um debate que a gente precisa fazer, com todo respeito, de forma desapaixonada”, disse.
Segundo o ministro, a exploração permite que o governo passe a ter maior controle das áreas. “Dá, sim, para ter mineração e preservação, e obrigar as empresas a também ter responsabilidade pela área que precisa ser preservada. Carajás é exemplo de algo que pode e deve ser replicado”, afirmou.
Ao citar a revogação do decreto da Renca, Coelho Filho disse que o País precisa prosseguir com os debates, “para poder endereçar a forma de exploração do potencial mineral, seja dentro ou fora da reserva mineral, mas na Amazônia como um todo”.
Renca
Em 26 de setembro, o presidente Michel Temer (PMDB) publicou a decisão de revogar o decreto de extinção da Renca, uma área da floresta entre os Estados do Amapá e do Pará equivalente ao tamanho do Espírito Santo. Ao revogar o decreto, o governo restabeleceu as condições originais da área, criada em 1984.
O decreto de extinção da reserva foi assinado por Temer no dia 23 de agosto. Diante da repercussão negativa, o governo fez outro decreto, o que não aplacou as críticas vindas, inclusive de especialistas e da classe artística. O Ministério de Minas e Energia, depois, publicou portaria para congelar por 120 dias a proposta. A extinção da Reserva também era questionada no Senado
A Renca originalmente não era uma área de proteção ambiental. Ela foi criada para assegurar a exploração mineral ao governo, mas, com o passar dos anos, acabou ajudando a proteger a região, na Calha Norte do Rio Amazonas, que é hoje uma das mais preservadas da Amazônia.