Capitã Cloroquina e Queiroga defendem “autonomia médica” e apontam “perseguição”
Declarações foram dadas nesta segunda-feira (18/10), data em que é celebrado o Dia do Médico
atualizado
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A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defenderam, nesta segunda-feira (18/10), a “autonomia médica” no tratamento de pacientes.
Mayra Pinheiro afirmou que a classe médica está sendo “perseguida”. A declaração foi dada durante o lançamento do programa SOS de Ponta, que oferece qualificação para profissionais da área da saúde.
O evento foi realizado na mesma data em que é celebrado o Dia do Médico. Na ocasião, Mayra Pinheiro disse que a comunidade médica tem sido questionada e desafiada a “não exercer a autonomia médica”.
“Não sabíamos que teríamos ao longo de uma pandemia o desafio de enfrentar pessoas que não conhecem a arte médica, nada entendem de medicina, e passaram a questionar a nossa autonomia, o direito da nossa relação médico-paciente, o direito de fazer as nossas escolhas, o direito de salvar vidas”, afirmou.
A médica continuou: “Fomos questionados, estamos sendo perseguidos, desafiados a não exercer essa autonomia para qual nós fomos formados. Estamos aqui hoje para celebrar essa data de pessoas que escolheram sair da sua zona de conforto, mudar de vida”.
Conhecida popularmente como Capitã Cloroquina, Mayra é uma das defensoras do uso do chamado kit Covid, lista de medicamentos sem eficácia científica comprovada no combate ao coronavírus.
Ela foi responsável por coordenar ações do Ministério da Saúde para difundir a cloroquina, um dos fármacos do chamado kit Covid, no Amazonas.
“Vínculo inquebrantável”
Durante o evento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também defendeu a autonomia médica e disse que o vínculo entre paciente e médico não pode ser quebrado nem mesmo pelo estado.
“A Mayra lembrou muito bem a missão do médico. […] A relação médico-paciente tem que ser baseada pela autonomia. A autonomia do médico e do paciente. O vínculo médico-paciente é inquebrantável, ele não pode ser quebrado por quem quer que seja, nem pelo estado”, afirmou.
Queiroga pontuou, ainda, que médico e o paciente devem ter relação de “consciência e confiança”. “Se não for isso, como é que eu vou contar os meus segredos para um médico que tem a obrigação de guardá-los para indicar a terapêutica adequada?”, questionou.