Candidatos dizem que Bolsonaro “politiza” Anvisa em suspensão da Coronavac
Fora de debate de prefeituráveis, Joice Hasselmann (PSL) e Orlando Silva (PCdoB) criticam suspensão de testes da vacina pelo órgão
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Os deputados federais Joice Hasselmann (PSL) e Orlando Silva (PCdoB), candidatos à Prefeitura de São Paulo, declararam que presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz “uso político” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A afirmações ocorrem depois de a Anvisa suspender testes clínicos da vacina chinesa Coronavac, aposta do governador João Doria para frear a Covid-19 no estado de São Paulo. A pausa teria sido imposta pela Agência por causa da morte de um voluntário que participou de fase de comprovação de segurança do imunizante.
Após o embargo dos testes, o presidente Jair Bolsonaro disse que “ganhou” de João Doria. Já o Instituto Butantan afirma que a morte de voluntário não possui vínculo com a vacina.
Nas redes
Fora de debate promovido pelo Estadão, os parlamentares Joice Hasselmann e Orlando Silva passaram a manhã da terça-feira (10/11) criticando a medida da Anvisa e, por consequência, o presidente da República.
“Diretor do [Instituto] Butantan deixa claro que o efeito adverso causado em um único paciente não tem relação com a vacina. A Anvisa, de forma política, serve aos interesses asquerosos de Jair Bolsonaro e prejudica São Paulo e todo país ao suspender os estudos da vacina contra o coronavírus. É nojento ver o presidente da República festejar a morte de um voluntário e a “derrota” da continuidade do estudo por questões politiqueiras”, afirmou Hasselmann.
Acabo de encaminhar oficialmente pedido de informações à @anvisa_oficial via @camaradeputados. A Anvisa vai ter que explicar em detalhes essa patacoada. Que o @jairbolsonaro enlouqueceu de vez a gente já sabe, mas a Anvisa não pode ser usada politicamente, nem se deixar usar.
— Joice prefeita 17 (@joicehasselmann) November 10, 2020
A deputada também afirmou que encaminhou ao Congresso um pedido de informações acerca das decisões da Anvisa.
Colega de Hasselmann na Casa, Orlando Silva afirmou que “a politização da vacina às custas de vidas de brasileiros deve ser o passaporte de Bolsonaro para um julgamento por crimes contra a Humanidade”.
Outros parceiros de Parlamento de Hasselmann e Silva repercutiram a suspensão dos testes da Coronavac. O deputado federal Ivan Valente, presente ultimamente em São Paulo, na campanha de Guilherme Boulos (PSol), disse que João Doria faz parte do processo de politização da vacina.
“João Doria e Bolsonaro revelam podridão política ao transformar a questão da vacina em disputa eleitoral”, declarou Valente.
Já o deputado federal Coronel Tadeu (PSL), fiel a Bolsonaro e presente em manifestações anti-vacina, declarou que “o diretor do Instituto Butantan veio a público dizer que estranhou a notícia de que a Anvisa interrompeu os testes da Coronavac após evento adverso grave no Brasil. Se isso não é motivo, pergunto ao diretor, qual seria?”, indagou.
