Candidatos concentram ataques a prefeito de São Paulo durante debate
“Covas parece sereno e sensato”, disse Mamãe Falei. “É sensato gastar R$ 100 mi no Anhangabaú; R$ 10 mi com Arte na Varanda?”, questionou
atualizado
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São Paulo – Em debate na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), promovido pela revista Veja na manhã desta sexta-feira (6/10), os candidatos à Prefeitura de São Paulo concentraram ataques ao atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).
“Covas fala de um jeito que parece sereno e sensato”, apontou Arthur do Val (Patriota), conhecido como Mamãe Falei. “É sensato gastar R$ 100 milhões no Anhangabaú; R$ 10 milhões com Arte na Varanda; dar um hospital na periferia para um condenado no Mensalão?”, questionou, em uma réplica à candidata Joice Hasselman (PSL).
A deputada federal, que havia aberto o debate indicando que o PSDB aumentou a cobrança de IPTU na cidade, acusou o prefeito de favorecer empresas de transporte público nas licitações municipais: “R$ 4 bilhões, no ano que vem, é o que vai para a ‘máfia dos transportes'”, afirmou.
Covas respondeu que o subsídio para o transporte público será de R$ 2 bilhões em 2021. “A candidata precisa conhecer melhor o orçamento para tentar de novo em 2024, 2028”, respondeu à Joice.
Do Val também comentou a ausência do prefeito em outros debates. “O papel do prefeito de São Paulo é estar presente à cidade,” disse o candidato. “No último debate, Covas estava em Ibiza”, afirmou.
Questionado por Covas sobre a preservação da Floresta Amazônica, o candidato Jilmar Tatto (PT) defendeu a defesa da mata atlântica, em São Paulo, além de investimento em reciclagem e saneamento ambiental.
“Se eu for prefeito de novo, vou investir na reciclagem e colocar produtos amazônicos na merenda escolar”, prometeu Covas, no que o adversário petista respondeu: “Em quatro anos, não fez nada. Você só fala isso porque é época eleitoral.”
Boulos e França
Postos a debate, os candidatos Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSol), que estão tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de voto e disputam, ambos, os votos úteis da esquerda, trocaram farpas entre si, especialmente na questão habitacional.
Boulos acusou França de ter consentindo com o despejo de moradias populares em 2018, quando substituiu o então governador do estado, Geraldo Alckmin.
“Não, Boulos, isso que diferencia nosso jeito de pensar. Quem despejou foi a Justiça, e se despejou algum motivo tinha. Essa é a diferença entre o seu posicionamento e o nosso”, negou França, referindo-se à participação de Boulos em movimentos pelo direito à moradia, como o MTST.
“Você tergiversa e falta com informação verdadeira. Não foi ordem da Justiça, foi o próprio governo do Estado”, treplicou Boulos, no que ambos os candidatos se exaltaram e começaram discutir à revelia do tempo reservado para cada declaração.
O candidato Celso Russomanno (Republicanos) não compareceu ao debate. A reportagem entrou em contato com a campanha para saber a razão e espera a resposta. O espaço permanece aberto para manifestações.