Candidatos a prefeito nas capitais gastaram até R$ 1,2 mil por voto
Prestação de contas dos candidatos a prefeito revela custos da campanha e quanto cada um gastou em relação à votação final. Confira ranking
atualizado
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Os candidatos a prefeito nas eleições deste ano, nas capitais do Brasil, chegaram a gastar mais de R$ 1,2 mil por cada voto obtido. O valor é resultado do cruzamento feito entre os gastos de campanha informados por cada um nas respectivas prestações de contas à Justiça Eleitoral e a votação final.
Levantamento feito pelo Metrópoles mostra que, entre eleitos e não eleitos, o maior gasto por voto nas capitais foi do empresário Eduardo Spadetto Ramlow, o Du (Avante), candidato a prefeito em Vitória (ES). A campanha dele custou, ao todo, R$ 954,5 mil, o que resultou em um gasto médio de R$ 1.214 por voto.
Du disputou a primeira eleição da vida e terminou em sexto lugar na corrida pela prefeitura da capital do Espírito Santo, com 786 votos. O maior investidor da campanha foi ele mesmo, ao desembolsar R$ 747,6 mil. A direção nacional do Avante repassou R$ 190 mil.
Os maiores gastos do candidato foram com serviços prestados por terceiros (R$ 361,6 mil), atividades de militância e mobilização de rua (R$ 210,4 mil) e impulsionamento de conteúdos na internet (R$ 145 mil).
Em segundo lugar, aparece o senador Carlos Viana (Podemos), que foi candidato a prefeito em Belo Horizonte (MG). Ele informou uma despesa de campanha de mais de R$ 10 milhões, mas acabou não eleito, com 12.712 votos no primeiro turno. Isso significa que o gasto por voto foi de R$ 792,57.
Viana se candidatou pela primeira vez à prefeitura da capital mineira e ficou em sétimo lugar. Dos mais de R$ 10 milhões gastos, R$ 8 milhões foram repassados pela direção nacional do Podemos, enquanto o diretório estadual da sigla repassou R$ 2 milhões.
Primeiro lugar entre eleitos
Os 57 primeiros colocados do ranking geral, entre os que mais gastaram por cada voto obtido nas capitais, são candidatos não eleitos. O primeiro da lista que conseguiu se eleger só aparece na 58ª posição. Trata-se de Abilio Brunini (PL), de 40 anos, prefeito eleito em Cuiabá (MT).
Ele venceu a disputa no segundo turno, com 53,8% dos votos válidos, o que representa em números absolutos 171.324 votos. Brunini informou um gasto de campanha de mais de R$ 11,6 milhões, ou seja, uma divisão final de R$ 68,13 por cada voto conquistado.
De todo o valor gasto pela campanha, R$ 8,7 milhões foram repassados pela direção nacional do Partido Liberal (PL), R$ 970,4 mil pela direção estadual da sigla e mais R$ 384,1 mil pelo diretório municipal.
Entre as maiores despesas da candidatura de Brunini, estão: despesas a especificar (R$ 3,6 milhões), serviços prestados por terceiros (R$ 1,3 milhão) e doações financeiras a outros candidatos e partidos (R$ 1,1 milhão).
Essa foi a segunda vez que Abilio disputou a prefeitura da capital mato-grossense. Em 2020, ele se candidatou ao cargo pela primeira vez, mas perdeu no segundo turno. Em 2022, elegeu-se deputado federal e deixará a vaga para o suplente, ao assumir, a partir de 1º de janeiro, a prefeitura cuiabana.
Eleitos com maiores gastos por voto
Além de Brunini, apenas outros seis eleitos aparecem entre os 100 primeiros candidatos com maior gasto por voto nas capitais. Em 61º, ficou o prefeito eleito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), cujo gasto final por voto foi de R$ 67,55.
Em seguida, aparecem: Paulinho Freire (União), de Natal (RN), em 86º lugar, com um gasto de R$ 45,67 por voto; Emília Corrêa (PL), de Aracaju (SE), em 90º, com um gasto de R$ 43,16; e Léo Barreto (Podemos), de Porto Velho (RO), em 93º, com um gasto de R$ 39,75.
Os demais, entre os 100 primeiros, são Fuad Noman (PSD), prefeito eleito de Belo Horizonte (MG), em 94º e cujo gasto por voto foi de R$ 39,06, e Lorenzo Pazolini (Republicanos), prefeito reeleito em Vitória (ES), em 100º, com um gasto final de R$ 36,20 por voto.
Confira abaixo o ranking dos 100 candidatos a prefeito nas capitais que mais gastaram por cada voto conquistado:
Fora dos 100 primeiros
Dentre os eleitos nas capitais, 19 aparecem fora da lista dos 100 primeiros candidatos, cuja relação entre gasto de campanha e votação obtida rendeu os valores mais altos. Confira abaixo a relação dos demais, com as respectivas colocações e valores por voto:
109º: Topázio (PSD), em Florianópolis (SC): R$ 31,75
111º: Sandro Mabel (União), em Goiânia (GO): R$ 31,14
116º: Eduardo Pimentel (PSD), em Curitiba (PR): R$ 29,77
117º: Evandro Leitão (PT), em Fortaleza (CE): R$ 29,68
121º: Adriane Lopes (PP), em Campo Grande (MS): R$ 27,34
122º: Sebastião Melo (MDB), em Porto Alegre (RS): R$ 26,44
128º: David Almeida (Avante), em Manaus (AM): R$ 23,91
129º: Bruno Reis (União), em Salvador (BA): R$ 20,26
130º: Cícero Lucena (PP), em João Pessoa (PB): R$ 20,03
133º: JHC (PL), em Maceió (AL): R$ 19,34
136º: Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo (SP): R$ 15,88
138º: Arthur Henrique (MDB), em Boa Vista (RR): R$ 14,99
141º: João Campos (PSB), em Recife (PE): R$ 13,28
143º: Silvio Mendes (União), em Teresina (PI): R$ 12,27
145º: Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro (RS): R$ 11,43
148º: Eduardo Braide (PSD), em São Luís (MA): R$ 10,20
159º: Dr. Furlan (MDB), em Macapá (AP): R$ 7,13
160º: Igor Normando (MDB), em Belém (PA): R$ 6,98
163º: Tião Bocalom (PL), em Rio Branco (AC): R$ 4,60