“Canalha, corrupto e irresponsável”, diz Ciro Gomes sobre Bolsonaro
Ciro criticou a postura de Bolsonaro ao culpar as Organizações Não Governamentais (ONG) pelo aumento do desmatamento no país
atualizado
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O candidato à presidência da Repúlica em 2018 e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) chamou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) de “corrupto, canalha, mentiroso e irresponsável”. Na manhã desta quinta-feira (22/8/2019), Ciro fez uma palestra sobre ciência e tecnologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.
Durante o encontro, o presidenciável afirmou ainda acreditar que a postura de Bolsonaro – em especial com relação a Amazônia – vai levar o país a sofrer um boicote da Europa em breve. “Nunca vi a imagem do Brasil tão degradada, tão enxovalhada como estou assistindo hoje”, disse Ciro. “Dentro de muito pouco tempo a Europa, maior compradora de produtos agrícolas brasileiros, vai nos impor restrições importantes que vão deixar o país com fratura exposta”, completou.
Ex-ministro da Fazenda, atual Economia, o político falou também sobre os problemas fiscais e comerciais do país. Ele considera o buraco na balança comercial preocupante, e, segundo Ciro, é mascarado pelo agronegócio e a mineração. O ex-ministro acredita que as declarações do Presidente vão incidir sobre isso e o Brasil pode ter restrições econômicas. “O dólar já passou de R$ 4 e pode chegar a R$5”, projetou.
Ciro criticou a postura de Bolsonaro e chamou ele de “canalha” ao culpar as Organizações Não Governamentais (ONG) pelo aumento do desmatamento e a onda de recentes queimadas no país. “Lamento dizer do presidente do meu país que ele é um irresponsável mentiroso”, afirmou. Gomes também ressaltou que Bolsonaro fez cortes nas verbas de fiscalização, autorizou 500 novos desmatamentos e não fez um gesto sequer para empoderar as estruturas de comando e controle sobre a Amazônia. “O mundo inteiro sabe disso”, lamentou.
O ex-ministro falou ainda sobre a tentativa do presidente de “filtrar” as produções culturais que terão apoio da Ancine. “A gente não devia se assustar com o que está acontecendo, nós elegemos esse monstro”.