metropoles.com

Caminhoneiros: Planalto edita decreto e tropas federais saem às ruas

Todo o território nacional está sob Garantia da Lei e da Ordem, via decreto presidencial: ou seja, Forças Armadas têm licença para agir

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O presidente da República, Michel Temer, baixou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o território nacional, dando poderes para as Forças Armadas atuarem quando houver esgotamento dos recursos das autoridades locais. Na prática, é a autorização para as tropas federais agirem, com a energia necessária, a fim de garantir o abastecimento das cidades e desobstruir as vias interditadas pelos caminhoneiros em greve desde a segunda-feira (21/5). A medida irá vigorar até 4 de junho e pode ser prorrogada se houver necessidade. Ela não deve gerar custos extras ao efetivo federal.

É o prazo que nós estipulamos, originariamente, para ter a situação sob controle

Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, explicou como se dará o uso das forças federais. O objetivo é garantir itens básicos e de primeira necessidade, minimizando o impacto da greve dos caminhoneiros. Segundo ele, entre as prioridades está manter o funcionamento de hospitais e proteger instalações estratégicas, empresas públicas de fornecimento de água e energia, bem como pontos de distribuição de combustível para veículos essenciais ao atendimento de emergência, como ambulâncias e viaturas policiais.

O movimento já está em seu quinto dia. A liberação das tropas federais para ir às ruas foi determinada pelo presidente da República, Michel Temer, uma vez que parte dos caminhoneiros não cumpriu a trégua fechada com o Planalto, a qual prevê suspensão da greve por 15 dias e liberação das rodovias bloqueadas.

Para atender a população, “o governo coloca todos os seus instrumentos para atender às necessidades, atuando nas contingências que podem aparecer, sem deixar de usar a energia necessária”, afirmou Etchegoyen. “A missão das Forças Armadas é garantir o atendimento da população”, acrescentou o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna. Entre as ações já em andamento, por exemplo, está o emprego da Marinha na segurança dos portos.

Foi montada uma sala de crise com participação da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos ministérios da Justiça, Defesa, Segurança Pública, Transporte, Saúde, Agricultura, Minas e Energia e Gabinete de Segurança Institucional. Estão sendo realizadas duas reuniões diárias pelo grupo de trabalho, às 9h e às 17h, e o ritmo deve continuar inclusive no fim de semana.

Filipe Cardoso/ Especial para o Metrópoles


Por que a GLO?
Sobre a determinação da ação de Garantia da Lei e da Ordem, o ministro da Defesa afirmou que “o emprego de força precisa de sustentação jurídica, e essa é a forma legal existente para garantir o emprego das Forças Armadas”. Segundo o general, o risco de desabastecimento disparou a necessidade de uma atuação “mais enérgica” por parte do governo.

“De ontem para hoje tivemos avanços muito importantes. Celebramos um acordo, mas, como é de se esperar nesses casos, há resistência de uma minoria que costuma fazer mais barulho que a maioria”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. De acordo com ele, “como a desobstrução está ocorrendo de forma mais lenta do que o esperado, o presidente [Temer] decidiu tomar medidas para garantir o abastecimento dos produtos essenciais”, afirmou, justificando assim a instituição da GLO.

Na avaliação do Planalto, a necessidade de convocar as Forças Armadas não indica fragilidade no entendimento alcançado com os caminhoneiros nessa quinta (24/5). Segundo o ministro Eliseu Padilha, essas são medidas “complementares” para garantir o abastecimento dos brasileiros diante da demora na normalização da situação. Padilha informou ter conversado com lideranças do movimento para saber como estava a recepção do compromisso firmado com a União: “Da parte do governo, a negociação está encerrada. Agora é a hora do cumprimento do acordo”.

Outro decreto está sendo estudado, para requisição de bens. A medida permitirá às Forças Armadas controlar os veículos de caminhoneiros caso eles se recusem a cumprir a determinação de liberar as rodovias ou de transportar cargas consideradas de primeira necessidade ao seus destinos. O governo só o editará se considerar haver necessidade.

Patrões investigados
O ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, disse ter determinado ao diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, abertura de investigação criminal para apurar suspeita de empresários do setor de transportes estarem por trás da greve dos caminhoneiros, estimulando o movimento grevista – prática conhecida como locaute, que é proibida e passível de pena de prisão.

De acordo com o ministro, cerca de 20 empresários estão sendo investigados pela PF por suspeita de locaute. “Caso seja comprovado o delito, eles podem responder por crimes como atentado contra serviço de utilidade pública, paralisação do trabalho de interesse coletivo, atentado contra a segurança do transporte, atentado contra a liberdade do trabalho, associação criminosa e incitação ao crime”, disse Jungmann.

Ele também afirmou que, durante a greve, chegaram a ser registradas 938 obstruções de rodovias no país, das quais 419 foram eliminadas e 519 permanecem com bloqueios parciais. Ao todo, 10 mil homens e mulheres da Polícia Rodoviária Federal trabalham na coleta das informações sobre as barreiras mantidas pelos caminhoneiros nas estradas e trazem atualizações de hora em hora.

“A greve é um direito constitucional do trabalhador. No entanto, a obstrução dos caminhoneiros representa uma ilegalidade, pois está promovendo o desabastecimento do país. Vamos apurar as responsabilidade de quem está tirando proveito de fins econômicos da situação, já que o governo tem feito esforços para atender as reivindicações dos caminhoneiros”, destacou Jungmann.

O ministro Eliseu Padilha ressaltou que houve diminuição na mobilização de ontem para hoje e, em nenhum momento, o governo prometeu o fim de todo o movimento na manhã desta sexta (25/5). “Houve um arrefecimento. Não é com a velocidade sonhada, mas isso vai acontecer, sem dúvida nenhuma”, afirmou.

Colaborou Ingred Suhet

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?