Caminhoneiros parados: transportadoras temem “graves consequências” para abastecimento
Há registro de interrupções prolongadas no trânsito em Goiás, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia e Tocantins
atualizado
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A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), representante de 10,5 mil empresas que operam uma frota superior a 1 milhão de caminhões, prevê, em nota publicada nesta quarta-feira (8/9), “graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio“, devido ao bloqueio de rodovias federais por caminhoneiros autônomos.
Como mostrou o Metrópoles, devido à paralisação, ao menos sete estados registram bloqueios em rodovias federais: Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraná, Tocantins, Mato Grosso e Bahia.
Segundo a NTC, o bloqueio nas rodovias poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, “com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas, inclusive os de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos, combustíveis etc.”.
A associação manifestou total repúdio às paralisações. Em nota, a entidade também ressaltou a expectativa de que os governos estaduais e federal adotem providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional.
“As empresas de transporte rodoviário de cargas, desde que garantido o livre trânsito dos seus veículos, terão condições de assegurar a continuidade do normal abastecimento em toda a cadeia de produção e consumo para a tranquilidade de todos”, garantiu a associação, no comunicado. A entidade concluiu com uma orientação a motoristas – em caso de bloqueio ao trânsito de veículos, os profissionais devem acionar imediatamente a autoridade policial para solicitar a liberação.
Entenda
Ao menos sete estados notificam bloqueios em rodovias federais, nesta quarta-feira, subindo o nível de alerta de transportadoras e mercados. Alguns postos já começaram a ficar sem combustíveis.
O movimento é organizado por caminhoneiros autônomos, um dia após manifestantes pró-governo pedirem, dentre outras pautas, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, em diversos atos pelo país.
Em Santa Catarina, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) computou, nesta tarde, ao menos 16 pontos de bloqueio em quatro rodovias federais. No Espírito Santo, há mobilizações em ao menos 10 pontos.
“Pontos de interdição nas rodovias federais no PR [Paraná] em decorrência de manifestações: BR 376 Km 109 em Paranavaí e BR 376 Km 188 em Maringá. Estão sendo retidos apenas veículos de carga. Veículos de passageiros e cargas perecíveis estão liberados”, informou a PRF do Paraná, em comunicado via rede social.
Em Tocantins, a PRF informou ao Metrópoles que um grupo de pessoas fechou a rodovia em Araguaína, utilizando pneus e um caminhão. “Ao que parece, nem todos são caminhoneiros. Esse grupo está impedindo a passagens de caminhões pela rodovia. A PRF já está no local tomando as devidas providências”, detalhou.
Há registros de bloqueios parciais na BR 153, em Itumbiara, região sul do estado, e em Porangatu, norte do estado.
Em Mato Grosso do Sul, segundo a PRF, a interdição é organizada por indígenas. Ao menos dois pontos ainda estavam interditados no fim desta tarde, e outros cinco foram liberados.