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Câmara vê reforma ministerial como inevitável após pacote expor racha

Aprovação do pacote de gastos do governo na Câmara elevou divergência entre Planalto e partidos com vaga na Esplanada dos Ministérios

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1 de 1 Imagem aérea da Esplanada dos Ministérios concurso - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles;

Líderes partidários e membros da cúpula da Câmara dos Deputados defendem uma dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios por avaliarem que há um desprestígio de partidos da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A votação do pacote de corte de gastos públicos na Casa Legislativa demonstrou a falta de consenso entre os partidos que têm espaço no governo e supostamente o apoiam.

A Câmara dos Deputados finalizou na quinta-feira (19/12) a votação dos três projetos do pacote, que inclui um projeto de lei (PL), um projeto de lei complementar (PLP) e uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Não foi uma tramitação fácil e a insatisfação dos partidos com a atual composição do primeiro escalão já é antiga, e antecede até mesmo a votação da urgência dos projetos.

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Janja, Lula e José Múcio com demais ministros

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O governo trabalhava para aprovação das urgências do PL e do PLP – uma forma de acelerar a tramitação dos projetos – quando houve uma resistência do União Brasil e do PSD para assinar o pedido de urgência.

O líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA), chegou a dizer que não havia clima dentro da Casa Legislativa para votação do pacote. A insatisfação dele foi demonstrada após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para liberação das emendas parlamentares.

O União Brasil é a terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados, e ocupa ministérios importantes e com orçamentos robustos, são eles: Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional.

Apesar do grande número de representantes na Casa Legislativa, o partido demonstrou um apoio tímido ao pacote do governo, em especial na aprovação da PEC, que precisa de um número maior de apoio.

No primeiro turno, 36 deputados do União votaram contra. Já no segundo, foram 22. Dentro da Câmara há deputados da sigla que se colocam como oposição manifestada.

No caso do PSD, de Gilberto Kassab, há um descontentamento dentro do partido em decorrência da baixa representatividade dentro da Esplanada dos Ministérios. A sigla comanda os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Pesca.

No entanto, por Alexandre Silveira, de Minas e Energia, não ter sido eleito para um cargo dentro do Congresso Nacional, há quem diga que ele não é um representante do partido dentro do governo e sim uma indicação pessoal do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Na votação da PEC, dos 44 deputados do partido, quatro votaram contra a proposta no primeiro turno e 10 tiverem voto contrário no segundo turno. O maior apoio da sigla ao pacote do governo foi colocado como um “clima natalino” diante das dificuldades enfrentadas dentro do Palácio do Planalto.

Briga dentro do governo

O Metrópoles conversou com representantes partidários que indicaram que há um desgaste dentro do governo ocasionada pela briga interna do Partido dos Trabalhadores (PT), o que tem dificultado a articulação política com o Legislativo.

Entre as divisões na Esplanada dos Ministérios tem se colocado brigas entre aqueles que apoiam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

O Haddad é posto, por muitos deputados e senadores, como verdadeiro articulador do governo Lula com o Congresso Nacional, função essa que deveria ser desempenhada por Alexandre Padilha, que já foi chamado de desafeto pessoal do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A articulação para votação do pacote também foi indicado por líderes partidários como uma dissonância dentro do governo Lula, com Fernando Haddad articulando com os deputados e senadores para aprovação do pacote, enquanto Padilha se manteve mais afastado e longe das discussões das medidas.

Vale pontuar que membros da base governista já demonstraram a necessidade da dança das cadeiras na alta cúpula do governo como uma forma de ampliar a governabilidade de Lula.

Outro ponto colocado pelos líderes partidários é o afastamento do presidente dos deputados e senadores. O petista, que já está no seu terceiro mandato, tem mantido poucos encontros com os parlamentares, o que tem gerado uma certa insatisfação por parte dos congressistas.

Um ponto levantado foi a internação de Lula em decorrência de cirurgias na cabeça. Alguns líderes defendem que o petista deveria ter passado o posto para o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e ter focado mais na sua saúde. Ao invés disso, Lula continuou a concentrar a máquina política e não teria dado espaço para o governo agir na articulação dos projetos.

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