Câmara realiza audiência sobre exploração de petróleo em Roraima
Exploração de petróleo está prevista para ocorrer na bacia sedimentar do Tacutu, no norte de Roraima
atualizado
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A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realiza audiência pública, nesta terça-feira (18/6), para discutir a possibilidade de exploração de petróleo na bacia sedimentar do Tacutu, em Roraima.
A audiência pública foi solicitada pelo deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR). Segundo ele, a exploração de petróleo e gás na região pode impulsionar a economia do estado, com criação de empregos e geração de renda. “Os recursos provenientes dessa exploração poderão ser direcionados para investimentos estratégicos em conservação ambiental, educação, infraestrutura e outros programas capazes de deixar um legado positivo e duradouro de desenvolvimento para toda a população”, defende.
O debate deve contar com a presença da gerente de Projeto da Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente, Moara Menta Giasson; o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia; e o prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique Brandão Machado.
O avanço do debate sobre novas áreas para exploração de petróleo casa com a mudança no comando da Petrobras. A nova presidente da petroleira, Magda Chambriard, se posicionou, em diferentes momentos, favorável a sondagem de novos locais de combustíveis fósseis.
O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates deixou o cargo depois de desavenças internas no governo, em especial com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que defende a ampliação da exploração de petróleo no Brasil, em especial na Margem Equatorial.
Alinhada com Silveira, Chambriard chegou a criticar a demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para autorizar estudos em busca de combustíveis na Margem Equatorial. “O que não se resolveu em dez anos dificilmente será resolvido tecnicamente. Eu acho que essa questão transcende a discussão técnica.”
Bacia de Tacutu
Na década de 1980, a Petrobras realizou os primeiros levantamentos sísmicos para verificar se havia petróleo e gás na região de Tacutu. No entanto, na época, não foi possível confirmar a existência dos hidrocarbonetos no local.
Todavia, um estudo mais recente de pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR), de 2016, encontrou folhelhos negros na bacia sedimentar de Tacutu. O resultado indica que há indícios de petróleo na região.
Grande parte da Bacia do Tacutu está localizada dentro da reserva indígena Raposa Serra do Sol. No local, residem os povos Wapichana, Patamona, Makuxi, Taurepang e Ingarikó.