Câmara: Motta consolida força ao fechar apoios de PL, PT e mais siglas
Líder do Republicanos conseguiu o apoio, até o momento, das bancadas do PT, PL, PP, Republicanos, MDB e Podemos
atualizado
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O líder do Republicanos Hugo Motta (PB), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, conquistou nesta semana o apoio formal de seis partidos: PT, PL, PP, Republicanos, MDB e Podemos. Ele é o nome apoiado pelo atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), para sucedê-lo no cargo.
As seis siglas somam 312 votos. Para vencer a eleição em primeiro turno, ele precisa de maioria absoluta dos 513 deputados, ou seja: 257. A votação, porém, é secreta.
Dentro do PL, maior bancada da Casa com 92 deputados, o nome de Motta não é unanimidade. Altineu Côrtes, líder do partido na Câmara, anunciou após oficializar apoio ao paraibano que estes parlamentares se reunirão para apresentar as demandas prioritárias em uma comissão.
As negociações por cargos na Mesa Diretora com a campanha de Motta envolvem, além do critério de proporcionalidade do tamanho de cada bancada, a ordem de adesão e formalização de apoio. Por este motivo, os outros dois candidatos na disputa são pressionados a desistir: Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA).
Para o PL, foi oferecida a primeira vice-presidência da Casa. Para o PT, a primeira secretaria. Os petistas também negociam com Motta uma indicação para o Tribunal de Contas da União (TCU).
Odair Cunha, líder do PT na Câmara, enfatizou que a decisão de apoiar Hugo Motta é fruto de bastante diálogo dentro da bancada e que espera um pronunciamento da federação PT, PSol e Rede em breve. A previsão é de que os demais partidos da federação anunciem o apoio ainda nesta quinta-feira (31/10).
Um ponto de atrito entre os deputados do PT e do PL, colocado na mesa de negociação para apoio à presidência da Câmara dos Deputados, foi o Projeto de Lei (PL) 2.858/2022, que visa anistiar os participantes das manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2022.
O PT pleiteia o engavetamento da proposta, enquanto o PL quer que o texto avance. Hugo Motta indicou que a matéria deverá ser debatida na comissão especial criada por Lira.
“A Casa tem o seu funcionamento regimental. Esse é um tema que começará a ser tratado esse ano. Se possível, a sua conclusão da discussão e votação tramitará antes do recesso. Caso isso não seja possível, ficará para a próxima gestão”, ressaltou Motta.
Outras questões cruciais para a bancada petista é o avanço do PL 2630/2020, o PL das Fake News, que visa regular as redes sociais. Também foi criada uma comissão especial, mas a proposta segue parada na Câmara dos Deputados.
Os deputados petistas também colocaram na mesa de negociações com Motta a proposta que o Ministério da Fazenda deve encaminhar ao Congresso Nacional de reforma do imposto de renda.