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Câmara conclui votação do PLP do pacote de gastos e revoga o SPVAT

Proposta limita o crescimento das despesas ao arcabouço fiscal, ou seja, entre 0,6% e 2,5%. Projeto compõe o pacote de revisão de gastos

atualizado

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Mário Agra/Câmara dos Deputados
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1 de 1 Foto colorida do plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles - Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados concluiu, nesta quarta-feira (18/12), a votação do projeto de lei complementar (PLP) que define o crescimento das despesas do governo ao arcabouço fiscal, sendo limitado entre 0,6% e 2,5%. Agora, a matéria segue para análise do Senado Federal.

Os senadores devem correr com a análise da proposta, visto que o recesso parlamentar está previsto para iniciar na próxima segunda-feira (23/12).

A Câmara aprovou na terça-feira (17/12) o texto-base do PLP nº 210/24, relatado por Átila Lira (PP-PI), e concluiu com a votação de uma emenda aglutinativa apresentada pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE).

A emenda aglutinativa visa combinar emendas já apresentadas com o objetivo de compor uma proposta mais harmônica com o intuito de facilitar a tramitação do projeto no Legislativo.

Uma das principais mudanças da emenda do governo revoga o Seguro Obrigatório para Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), que substituiria o antigo DPVAT. A medida estava presente nos primeiros relatores de Átila Lira, mas foi retirada no texto-base aprovado na Câmara.

O governo federal apresentou ao Congresso Nacional a proposta do novo DPVAT com o objetivo de ampliar a margem de gastos do Planalto, com base no arcabouço fiscal. Embora o seguro tenha sido sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a nova cobrança, que estava prevista para entrar em vigor em 2025, foi revogada pela Câmara dos Deputados, mas ainda precisa do crivo do Senado.

Outra mudança no texto permite o contingenciamento e o bloqueio das emendas parlamentares não impositivas na mesa prorrogação aplicada a outras despesas discricionárias, limitado a 15% dos recursos das dotações, em similaridade com as normas fiscais.

O texto-base previa o contingenciamento e o bloqueio de todas as emendas, sem limitação as não impositivas, que não tem execução obrigatória.

As despesas discricionárias são aquelas que o governo possui uma liberdade maior para decidir como irá gastar. Esses gastos são diferentes das despesas obrigatórias, como salários de servidores e benefícios previdenciários.

O texto ainda estabelece que em eventuais superávit financeiro de diferentes fundos, como o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) e o Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), os recursos poderão ser utilizados para amortização da dívida pública.

O que dizem os outros projetos

O projeto de lei envolve diferentes pontos e concentra os que são alvo de maior divergência entre os deputados. É nele que se encontra o ajuste do salário mínimo aos limites do arcabouço fiscal, com ganho acima da inflação, mas limitado a intervalo entre 0,6% e 2,5%.

Também inclui a mudança no Fundo Constitucional do Distrito Federal, que passaria a ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e não mais pela variação da receita.

O ponto que enfrenta maior resistência, até mesmo dentro da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, são as mudanças em regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

A PEC restringe gradualmente o acesso ao abono salarial do Programa PIS/Pasep de um salário mínimo. Pelo texto, a partir de 2026, o valor passaria a ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ao invés dos ganhos reais do mínimo.

A restrição dos chamados supersalários no funcionalismo público também é prevista no projeto, assim como o complemento de 20% feito pela União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para matrículas em tempo integral, entre outras medidas.

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