Calor e festas de fim de ano elevam conta de luz; veja como economizar
ONS estima aumento no consumo de energia elétrica em dezembro, o que pode influenciar o valor final da conta de luz
atualizado
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Com a chegada do fim do ano, já é possível ver as fachadas das casas e dos estabelecimentos comerciais iluminadas pelos tradicionais pisca-piscas de Natal. É preciso tomar cuidado, contudo, para que a decoração não vire um problema na hora da chegada da conta de luz. As festas de Natal e de Ano-Novo, assim como as férias, costumam demandar maior consumo de energia elétrica e, consequentemente, elevam o valor final do gasto.
Outro fator que pode pressionar o aumento da tarifa são as temperaturas intensas que atingem o país. O fim de semana vai ser marcado pelas altas temperaturas decorrentes de nova onda de calor, principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que algumas cidades registrem temperaturas próximas aos 42ºC, potencial recorde para dezembro.
Nesse sentido, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima aceleração de 11,3% para a demanda de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) neste mês. As informações constam em boletim divulgado nessa sexta-feira (15/12).
“A análise da demanda de carga considera fatores como as temperaturas médias esperadas para os próximos dias, que tendem a subir com a chegada do verão, no dia 22. Os percentuais comparam os resultados estimados para fim de dezembro, considerando o mesmo período do ano passado”, informou o ONS.
Durante última onda de calor, em novembro, o país bateu recorde na demanda por energia, de acordo com dados do SIN. O sistema atingiu a demanda de 101.475 megawatts (MW).
Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que mede a inflação no país, registrou alta no valor da conta de luz, no último mês, puxada principalmente por reajustes em Goiânia, Brasília, São Paulo e Porto Alegre.
Especialistas ouvidos pelo Metrópoles lembram que, além da onda de calor, a chegada do verão deve elevar o consumo de energia. “Nós temos essa tendência de ligar mais frequentemente aparelhos de ar-condicionado, ventiladores, aumentar a potência da geladeira para manter os nossos alimentos refrigerados. Então, essa relação é bem conhecida e tende a gerar uma demanda, um aumento no consumo, que pode chegar de 15% a 20%”, analisa Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular e doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP).
Impulsionado pelo calorão, o preço do ar-condicionado registrou alta de 4,2%, a maior para o produto em meses de novembro desde 1994, ano que deu início ao real, de acordo com o IPCA. No acumulado do ano, até novembro, o preço do item avançou 13,97% – no mesmo período, o índice geral de inflação registrou variação de 4,04%.
A boa notícia é que, neste ano, o país não tem enfrentado a escassez hídrica, que também causaria impacto na tarifa de energia devido à necessidade da diminuição do uso de usinas hidrelétricas e acionamento das termoelétricas.
“Uma vez que a gente começa a utilizar termoelétrica, queimar carvão, queimar derivados de petróleo, há uma tendência de a conta aumentar ainda mais. É daí que vem, justamente, as bandeiras amarela e vermelha que todo mundo conhece bem na hora de pagar a sua conta”, ressalta Grandisoli.
Como economizar
O especialista em finanças e investimentos Hulisses Dias também destaca que as festividades acarretam em maior uso de aparelhos eletrônicos, a exemplo das luzes de Natal e equipamentos de refrigeração para conservar alimentos.
A dica é utilizar lâmpadas de LED de baixo consumo, desligar luzes em ambientes desocupados e aproveitar a luz natural sempre que possível. “Adicionalmente, desativar aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso e substituir eletrodomésticos por modelos mais eficientes são medidas que contribuem significativamente para economia de energia”, ensina.
“Em relação ao ar-condicionado, fazer a limpeza do equipamento e manter a temperatura entre 20ºC e 23ºC aumenta a eficiência do aparelho”, completa o especialista.
Grandisoli lembra que as lâmpadas de LED, além de serem econômicas, geram menos calor nos ambientes, o que também reduz a demanda por aparelhos de ar-condicionado e ventiladores. “É importante a gente sempre controlar muito bem a temperatura do ambiente para que fique confortável, e não necessariamente gelado. Isso ajuda muito a controlar não só a demanda, mas também a a conta de luz do consumidor no fim do dia”, pontua.