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Caixa gasta R$ 16,6 milhões em evento para funcionários em Brasília

A festa foi chamada de “reunião de trabalho” pela instituição, o que causou manifestação de funcionários do lado de fora do Mané Garrincha

atualizado

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
FACHADA BANCO CAIXA ECONOMICA FEDERAL
1 de 1 FACHADA BANCO CAIXA ECONOMICA FEDERAL - Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A Caixa Econômica Federal gastou R$ 16,6 milhões para reunir seus principais gestores e funcionários em um megaevento realizado em maio no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Chamado de “Seleção Caixa: em campo pelo Brasil”, a festa teve a participação de celebridades e foi encerrada com um show do ex-cantor da banda Eva, Saulo.

Como informou o jornal Folha de S. Paulo, o evento foi realizado para divulgar as metas da instituição em 2018, como o corte de R$ 2,5 bilhões em custos e o fechamento de cem agências.

Gerentes, diretores e administradores de 26 estados foram levados à capital federal e no evento estavam caracterizados com a “camiseta 9 da Seleção Caixa”, representando a Copa e a expectativa de lucro líquido da organização de R$ 9 bilhões, ainda para 2018.

O gasto só com passagens aéreas foi de R$ 6,5 milhões por 5.716 trechos de ida e volta. A exclusão de funcionários de baixo escalão, no entanto, motivou um protesto do lado de fora do evento.

Entre montagem da estrutura, organização, pessoal, bebidas e comidas, foram gastos R$ 7,5 milhões. A festa começou de manhã e foi até a madrugada do dia seguinte. Os participantes tiveram que dormir na cidade. Mais um gasto de R$ 2 milhões por 5.868 diárias de hotel foi dispendido.

Segundo a Caixa, para “instigar os participantes sobre o prazer de ser um vencedor”, o ex-jogador da Seleção Brasileira Cafu foi chamado para uma palestra motivacional. Ele cobrou R$ 78 mil para estimular os sortudos convidados.

Como mestres de cerimônia, estavam os atores Bruno de Lucca e Luiggi Barricelli, além da apresentadora Renata Fan, cujas participações custaram, respectivamente, R$ 65 mil, R$ 60 mil e R$ 50 mil.

O detalhamento das despesas está disponível pela Lei de Acesso à Informação. Na época do evento, a Caixa não forneceu os dados.

O banco não informou quanto pagou pelo show de Saulo, mas justificou ter sido pago pela Elo Cartões, que não se pronunciou. O cantor  subiu ao palco por volta das 20h e cantou sucessos do axé, além de clássicos como Viver e não Ter a Vergonha de Ser Feliz, de Gonzaguinha.

Exceto funcionários da Caixa, estavam presentes o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, e outros dois dirigentes da instituição; o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e três ministros de Temer: Eduardo Guardia (Fazenda), Esteves Colnago (Planejamento) e Joaquim Lima (Secretaria-Geral da Presidência).

A instituição defendeu-se dizendo que eventos semelhantes foram realizados pelos concorrentes, entre eles o Itaú e o Santander. E acrescentou: “O Banco do Brasil reuniu 6.000 funcionários na Allianz Parque, em São Paulo, com o mote “Lidera — Líderes da Nova Era”, e contou com a participação de palestrantes como o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o maestro João Carlos Martins, além de show de encerramento da banda Capital Inicial.”

Para a Caixa, a cerimônia foi uma “reunião de trabalho” para apresentar aos gestores “novos desafios e valorizar a participação estratégica de cada um na construção dos resultados”

 

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