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Caiado menciona reuniões de Lula, Bolsonaro e Dilma para se defender

Juíza eleitoral, em Goiás, determinou inelegibilidade de Caiado por abuso de poder. Ele fez reuniões no palácio do governo durante a eleição

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imagem colorida de Ronaldo Caiado, durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (11/12), em Goiânia
1 de 1 imagem colorida de Ronaldo Caiado, durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (11/12), em Goiânia - Foto: Reprodução

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), falou nesta quarta-feira (11/12) sobre a decisão dada por uma juíza da Justiça Eleitoral de Goiás que o tornou inelegível por oito anos, após denúncia de suposto abuso de poder durante as eleições municipais deste ano.

Conforme os autos, Caiado teria realizado jantares no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, durante o período de campanha, nos dias 7 e 9 de outubro, em favor do aliado e candidato a prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), posteriormente eleito. A ação judicial foi provocada pelo Partido Liberal (PL).

Em entrevista nesta tarde, o governador justificou dizendo que as reuniões não foram políticas e, para se defender, utilizou exemplos de encontros semelhantes ocorridos no Palácio da Alvorada, em 2014, promovidos pela então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2022, por Jair Bolsonaro (PL), e agora em 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O que estou buscando é o seguinte: tanto Bolsonaro, quanto a Dilma, quanto o Lula, quanto o Zé Eliton, quanto o Marconi [esses dois últimos, ex-governadores de Goiás], todos fizeram, exatamente, reuniões na residência oficial. O Lula fez todas as gravações [eleitorais] dentro do Palácio da Alvorada, pediu voto em palanque em São Paulo [para o Boulos], antes de ter campanha”, defendeu-se ele.

Caiado citou, inclusive, uma reunião em que ele próprio esteve presente no Alvorada, em 2022, para declarar apoio a Bolsonaro, no segundo turno. “Lá estive, no Palácio da Alvorada, com mais 80 prefeitos. Fomos levar apoio ao presidente no segundo turno e também almoçamos lá. E ficamos lá, depois teve reunião onde ele recebeu apoio dos cantores e foi tudo transmitido”, expôs.

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TRE-GO condenou Caiado e Mabel por abuso de poder político
Caiado e Mabel participaram de eventos políticos no Palácio das Esmeraldas
Candidatos de Caiado e Bolsonaro se enfrentam nas duas principais cidades de Goiás
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil)
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Caiado e Sandro Mabel, durante a campanha eleitoral em Goiânia

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TRE-GO condenou Caiado e Mabel por abuso de poder político

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Caiado e Mabel participaram de eventos políticos no Palácio das Esmeraldas

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Candidatos de Caiado e Bolsonaro se enfrentam nas duas principais cidades de Goiás

Montagem com foto do Vinícius Schmidt/ Metrópoles
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Henrique Raynal | CC

“Não poder ter dois pesos e duas medidas”

O governador alega que nesses casos anteriores, quando houve judicialização, a Justiça Eleitoral entendeu que não houve ilicitude. Desta vez, ele diz que respeitará a decisão do TRE de Goiás “com muita tranquilidade”, mas afirma que não pode haver um tratamento diferenciado, em relação à jurisprudência que já existe.

“Você não pode ter dois pesos e duas medidas. Aqui é minha residência. Eu moro aqui. Eu não estava fazendo reunião política. E a minha reunião tinha o intuito de alertar para a situação [de Goiânia] os vereadores eleitos. Foi uma reunião entre poderes constituídos. Eu, como governador do estado, e a Câmara de Vereadores eleita da capital, tanto a que estava com mandato quanto a que estaria em mandato futuro”, explica ele.

A mesma decisão, proferida pela juíza da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia Maria Umbelina Zorzetti, determinou a cassação do registro de candidatura de Mabel, aliado de Caiado. Ele venceu a disputa em Goiânia, no segundo turno, com 55,53% dos votos.

A medida judicial atendeu a um pedido do Ministério Público Eleitoral de Goiás. Na denúncia oferecida, o órgão relatou os eventos que configuraram condutas vedadas.

Juíza: “Não há como negar”

Na decisão, a juíza expressou o seguinte: “Na avaliação do aspecto qualitativo, não há como negar a reprovabilidade da conduta do investigado Ronaldo Caiado ao realizar eventos dentro do Palácio das Esmeraldas”.

Ao registrar queixa sobre o caso, o PL anexou vídeos, prints e links de reportagens publicadas à época que mencionaram a realização dos jantares.

“As imagens dos vídeos (…) demonstram que o ambiente estava preparado para a oferta de alimentos e bebidas aos convidados e, contava inclusive com decoração. O investigado Ronaldo Caiado admitiu em sua contestação que os eventos se tratavam de reuniões de trabalho, logo, os gastos ainda que moderados foram arcados pelo poder público”, expôs a juíza.

Na sentença, ela estabeleceu ainda uma multa de R$ 60 mil para Caiado, R$ 40 mil para Mabel e R$ 5,3 mil para Cláudia Lira, vice de Mabel.

Sem execução imediata

Os advogados do prefeito eleito, Sandro Mabel, enfatizaram em nota que a decisão é de primeira instância e, por isso, não possui execução imediata, ou seja, ainda cabe recurso.

“Não haverá qualquer prejuízo para que o prefeito eleito e sua vice sejam devidamente diplomados no próximo dia 19 de dezembro e tomem posse em 1º de janeiro de 2025. Reiteramos nossa confiança na Justiça Eleitoral e acreditamos que, no recurso a ser interposto, o TRE-GO restabelecerá a legalidade e a justiça na condução deste caso”, reforça a defesa.

Eles pontuaram ainda que “toda decisão judicial em matéria eleitoral deve ser pautada por uma análise objetiva da gravidade dos fatos, algo que não se evidencia no presente caso”. Para eles, a análise se baseou “em premissas equivocadas e que não condizem com a jurisprudência do TSE e do TRE goiano”.

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