Caiado cobra de prefeitos combate duro à pandemia e classifica cidades
No total, 18 regiões de saúde do estado serão estratificadas, semanalmente, em situação de alerta, crítica e de calamidade
atualizado
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Goiânia – Depois de Goiás ultrapassar 8 mil mortes por Covid-19 e registrar aceleração do contágio, o governador Ronaldo Caiado (DEM) convocou para esta quarta-feira (17/2) uma reunião de urgência com os prefeitos dos 246 municípios goianos para que assumam ações mais duras no enfrentamento à doença.
Ele quer que as cidades também exijam mais conscientização da população.
Na reunião on-line, que será realizada ainda nesta manhã, todos os prefeitos serão informados do cenário de seus municípios, divididos em 18 regiões de saúde. Elas serão estratificadas, semanalmente, em situação de alerta, situação crítica e situação de calamidade. É o que mostra nota técnica da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SESGO).
Regiões preocupantes
“Entre as mais preocupantes estão a Região Oeste e a Região do Vale do São Patrício”, antecipa ao Metrópoles a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.
“Quando a gente avalia número de casos principalmente, comparando a primeira onda e a segunda onda, nessas regiões temos visto situação ou igual ou pior que a primeira’, diz Amorim.
A estratificação, os indicadores e as respectivas fórmulas de cálculo de cada situação serão divulgados às sextas-feiras, no Painel Covid-19 da SES-GO. Em caso de piora dos indicadores, medidas mais restritivas devem ser mantidas por pelo menos 14 dias pelos municípios da região.
Em caso de melhora, ações menos restritivas podem ser adotadas a partir da semana seguinte.
Preocupado com o avanço da pandemia, Caiado exigiu ação rápida. Para avaliação da disseminação do coronavírus, serão considerados critérios como: velocidade de contágio no tempo, incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e variação de mortalidade por Covid-19.
Já para avaliação da sobrecarga do sistema de saúde, a secretaria vai considerar taxas de crescimento de solicitações de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ao Complexo Regulador Estadual, de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 – públicos e privados – e de ocupação de leitos públicos e privados de enfermaria destinados ao tratamento de pacientes com a doença.
“Não é só aumentar número de leitos”
“Leitos têm limite. A questão não é só aumentar número leitos. Tem que diminuir a transmissão”, alerta a superintendente.
“O Estado não consegue ampliar leitos eternamente. Tem limite de recursos humanos. Mesmo tendo leitos e assistência em tempo oportuno, a letalidade de quem entra na UTI hoje é de 50%. Quanto mais pessoas estiverem na UTI, mais pessoas continuarão morrendo”, destaca.
De acordo com a superintendente, o desafio agora é controlar e diminuir a transmissão da doença. “O ideal seria ter vacina para compartilhar com grande parte da população, mas ainda não temos disponível”, assevera.
Por isso, segundo ela, as medidas de biossegurança devem ser cumpridas, como uso de máscara de forma correta o tempo todo, distanciamento físico, higienização das mãos e evitar aglomeração, afirma. “A gente tem visto pessoas se aglomerando em festas o tempo todo, infelizmente”, lamenta.
Em caso de situação de alerta, os prefeitos terão recomendação de autorizar funcionamento de todas as atividades, exceto eventos com mais de 150 pessoas, com o uso e fiscalização de protocolos específicos para as atividades afins, conforme protocolos da SES-GO.
Alerta, crítica e calamidade
Em situação crítica, os municípios deverão permitir funcionamento das atividades de alto risco de transmissão com lotação máxima de 30% da capacidade, como instituições religiosas, bares e restaurantes.
Nessa mesma situação, também será recomendado o funcionamento das atividades de médio risco de transmissão com lotação máxima de 50% da capacidade. Entre elas estão academias, quadras esportivas, escolas de esporte, salões de beleza e barbearia, shoppings e centros comerciais.
Eventos sociais deverão ter capacidade máxima de 150 pessoas. Empresas e escritórios deverão priorizar trabalho remoto ou metade da capacidade do estabelecimento em presencial.
Nos transportes públicos, de acordo com a nota técnica, a lotação máxima deve ser limitada ao quantitativo de passageiros sentados, e funerais poderão ser realizados com 10 pessoas, no máximo.
Já os municípios em situação de calamidade deverão interromper todas as atividades, exceto supermercados e congêneres, farmácias, postos de combustível e serviços de urgência e emergência em saúde.
“O que a gente está fazendo, enquanto Secretaria de Saúde do Estado, é analisar a situação de cada região, para passar o raio-x aos municípios. No entanto, a execução das ações cabe à gestão municipal. Nosso papel é monitorar, avaliar e repassar as informações e recomendar as medidas que os prefeitos podem adotar”, explica Flúvia Amorim.
A nota técnica traz ainda recomendações gerais, como as voltadas para a higienização da população, e específicas, voltadas para atividades como bares e restaurantes, academias e quadras esportivas, funerais, salões de beleza e barbearias, eventos, empresas e escritórios, transporte público e escolas.
Mais informações sobre protocolos para atividades em funcionamento podem ser encontradas na nota técnica na página da Secretaria de Saúde.