Cadela fica cega e perde filhotes após ser baleada por fazendeiro
Homem disse à polícia que atirou para espantar animal que havia invadido galinheiro. Inquérito foi instaurado
atualizado
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A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar o fazendeiro que é suspeito de atirar em uma cadela prenha na quarta-feira (28/10), em Altinópolis (SP). Ele disse que disparou no animal, chamado Mirla, após ela invadir o galinheiro de sua residência.
“O cachorro entrou dentro da propriedade dele para matar os frangos. Ele deu um tiro de chumbinho para espantar e pegou no olho. Ele vai responder pelo crime, mas não vai ficar preso. Como o cachorro adentrou na propriedade dele, é até injusto ele ser preso”, contou o delegado Eduardo Martinez.
Segundo o veterinário Augusto Garcia da Costa, o tiro era de chumbinho e atingiu uma das córneas de Mirla. Ele também contou que precisou fazer uma cirurgia e retirar o globo ocular direito da cadela, além dos quatro filhotes. Dois deles já estavam mortos. As informações são do G1.
“Tivemos que tirar os filhotes, porque, quando morre dentro do útero, é perigoso dar infecção. Então, não poderia deixar ela correr risco de vir a óbito”, diz Costa. “Ela está tomando remédios, antibiótico, e está respondendo bem.”
Mirla passou por uma transfusão de sangue e segue internada sem previsão de alta. Ela foi medicada contra pulgas e carrapatos.
A cadela é de uma família que vive próxima a fazenda em que foi baleada. O tratamento será custeado por uma ONG de proteção animal de Altinópolis.
Maus-tratos contra animais
Segundo o delegado Eduardo Martinez, o fazendeiro será investigado por maus-tratos contra animais. Ele será ouvido pela Polícia Civil, assim como a dona da cadela e o veterinário.
Vale lembrar que com a lei assinada pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto, a pena para quem comete maus-tratos contra cães e gatos varia entre dois e cinco anos.