“Cada um que cuide da sua vida”, diz coach que levou grupo a serra
“Eu sou irresponsável com a minha própria vida. Então, cada um que cuide da sua”, disse ele, em entrevista ao programa Fantástico
atualizado
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O “coach messiânico” Pablo Marçal (foto em destaque) negou ter sido irresponsável ao levar 32 pessoas ao Pico dos Marins, em São Paulo, no último dia 5. O grupo precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros após ser surpreendido por uma chuva com ventania.
Para justificar sua fala, o influenciador digital disse que chamou o Corpo de Bombeiros.
“Está todo mundo aí falando: o Pablo é irresponsável. Eu sou irresponsável com a minha própria vida. Então, cada um que cuide da sua. Eu não me vejo irresponsável, sendo que eu chamei o Corpo de Bombeiros. Porque não precisou. Eu chamei de precaução, contra o grupo inteiro. Eu sou o irresponsável?”, afirmou, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Sem equipamentos necessários para uma escalada, os “aventureiros” subiam em dois grupos. O terreno acidentado dificultou o trabalho dos bombeiros. A ação durou cerca de nove horas.
Stories no Instagram, feitos pelo tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, viralizaram logo depois do incidente, pelo tom de indignação do oficial com a atitude do coach que liderava as pessoas na aventura considerada perigosa.
Nas postagens feitas no perfil do tenente, ele descreve parte da situação passada pela equipe dos bombeiros para conseguir trazer, em segurança, o grupo de turistas. Embora não tenha participado do resgate, Aihara usa trechos de Stories postados pelo coach messiânico identificado como Pablo Marçal, que fez vídeos da aventura perigosa, minimizando o perigo iminente à vida de todos que estavam lá.
“Um ‘coach’ irresponsável fanfarrão coloca 60 pessoas para subir o Pico do Marins debaixo de chuva. Sem conhecimento técnico, sem suporte adequado, sem estrutura, porque, segundo ele, ‘é tudo emocional’. PS: respeito profundamente quem exerce adequadamente a profissão de coach, que definitivamente não é o caso desse indivíduo”, comentou o militar.
Quadrilha
Pablo Marçal já foi condenado, em 2010, por participar de uma quadrilha que desviou dinheiro de bancos.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Marçal era ligado diretamente a dois homens acusados de chefiar o bando. Ele captava e-mails que seriam infectados com programas invasores e consertava os computadores usados pelos criminosos. O Metrópoles teve acesso a detalhes da investigação.
O hoje influencer, porém, teve a pena extinta, em 2018, por prescrição retroativa, uma vez que se passaram mais anos do que a sentença em trânsito em julgado.