Cachorro vivia sem comida em casa e dona é investigada por maus-tratos
Delegado de Morrinhos (GO) conta que animal foi encontrado em situação “deplorável”. Dona foi intimada para depor e deverá ser indiciada
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Um cachorro extremamente magro e vítima de maus-tratos foi resgatado nesta quarta-feira (28/4) por agentes da Polícia Civil em Morrinhos, cidade que fica a 125 quilômetros de Goiânia. A dona mantinha o animal sem comida já há alguns dias e os vizinhos estavam indignados com a situação.
A mulher foi identificada, mas não estava no local quando os policiais estiveram na casa. O cachorro foi recolhido e será levado para adoção. Um inquérito foi aberto e o delegado responsável pelo caso, Fabiano Henrique Jacomelis, adianta que a dona deve ser indiciada por crime de maus-tratos a animais.
Os policiais estiveram no local indicado, conforme denúncia anônima recebida na manhã desta quarta. Eles se depararam, conforme descrição do delegado, com o animal bastante assustado e, nitidamente, fraco.
“Ele estava em situação deplorável. São bem as características de maus-tratos mesmo”, diz Fabiano.
Eles perceberam, ainda, que o local é a residência da investigada. Isso permite concluir que ela frequenta o local e não se trata, portanto, de uma situação de abandono. Ela poderia, dessa forma, cuidar do animal, mas, segundo a polícia, preferiu manter o quadro de negligência.
Ela será notificada e chamada para depor na delegacia da cidade nesta quinta-feira (29/4). O cachorro continuava sob a tutela da polícia até a tarde desta quarta. Ele foi atendido por um veterinário que se dispôs a ajudar e recebeu medicamentos que auxiliam na recuperação, além de ter sido hidratado e alimentado.
Só comia na rua
Alguns vizinhos foram ouvidos preliminarmente pelos agentes. Eles relataram que o cachorro só recebia alimentação, quando conseguia fugir e sair para a rua. Pessoas que já sabiam da situação deixavam comida na rua para que ele pudesse se alimentar.
A dificuldade, agora, segundo o delegado, é providenciar o acolhimento do animal. Em Morrinhos, existem grupos de proteção a animais, mas eles não fazem o acolhimento. Fabiano busca a melhor forma de agilizar a adoção do cachorro.
“O animal é mansinho”, descreve ele. De tão debilitado, quando os agentes chegaram ao local e o chamaram, ele mal se mexeu. “Não tem muita força para se mover ainda”, diz Fabiano.
A pena para quem pratica maus-tratos a animais pode atingir até cinco anos de reclusão.