Caçador que atuou em buscas de Lázaro ofereceu carona e estuprou jovem
Segundo depoimento em inquérito, após torneio de sinuca em Goiás, Babaçu teria dado carona, desviado rota e estuprado adolescente no mato
atualizado
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Goiânia – O caçador José Marcos Rodrigues Pereira, de 41 anos, mais conhecido como “Babaçu”, teria estuprado uma adolescente de 16 anos quando a levava para casa, após um torneio de sinuca em São Miguel do Araguaia (GO), a cerca de 500 km da capital goiana. Ele teria dado carona à vítima, desviado a rota e estuprado a garota no meio do mato. Ele foi preso em flagrante nessa segunda-feira (25/10) e nega o crime.
As informações do suposto estupro estão em inquérito policial anexado em procedimento de prisão em flagrante do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Babaçu ficou famoso depois de ter ajudado policiais nas buscas pelo bandido Lázaro Barbosa, em junho deste ano, no Entorno do Distrito Federal.
Ajuda e presentes
Segundo depoimento da mãe da vítima, José Marcos era conhecido na cidade, mas teria se aproximado da adolescente recentemente. O caçador ajudava na construção de um cômodo na casa da vítima e chegou a presenteá-la com um celular.
Babaçu teria insistido em ter uma relação amorosa com a adolescente. Mas ela teria recusado por diversas vezes, dizendo que seriam apenas amigos. De acordo com depoimento, o caçador já teria dito que “caso ela (vítima) namorasse com alguém, que ele montaria em cima do homem e bateria nele.”
Briga e estupro
Na noite do último domingo (24/10), Babaçu foi com a adolescente para um torneio de sinuca. No local, um irmão do caçador teria se envolvido em uma briga e levou uma garrafada na cabeça.
A festa acabou e todos foram para o Hospital Municipal de São Miguel, onde o irmão de José Marcos levou pontos na cabeça. Babaçu então resolveu dar uma carona para a adolescente até a casa dela em seu veículo. Já se aproximava da meia-noite.
Segundo depoimento da mãe da vítima, o caçador mudou a rota e levou a vítima para um matagal na zona rural. A adolescente teria aberto a porta do carro para pular e fugir, mas teve medo.
Ainda segundo o depoimento, Babaçu teria estuprado a jovem sob ameaça de que, caso contrário, deixaria ela sozinha, sem celular, no meio do mato e à noite. Semanas antes ele já teria abandonado a adolescente no meio da zona rural, mas durante o dia. Ele até teria filmado a cena e exposto nas redes sociais.
Ameaçada
A adolescente teria sido ameaçada pelo caçador para não contar da violência sexual para ninguém. No entanto, ela relatou o crime para a mãe, assim que Babaçu a deixou em casa. A família acionou a Polícia Militar de madrugada e procurou a delegacia assim que o dia amanheceu.
Por coincidência, Babaçu também foi até a delegacia denunciar a agressão que o irmão sofreu com uma garrafa. A Polícia Civil já havia ouvido o relato sobre o estupro e o caçador foi preso em flagrante.
Algemado na cadeira
Como a delegacia de São Miguel não tem uma cela, os presos são algemados em objetos, segundo o inquérito. No caso do caçador, ele foi preso em uma cadeira.
Em determinado momento, ele tentou fugir, mesmo algemado, carregando a cadeira. Um servidor da delegacia correu para detê-lo e quando conseguiu capturá-lo, teria sido ameaçado.
Segundo depoimento, Babaçu teria dito que ia mandar alguém matar o servidor. Esse servidor fez queixa por ameaça contra o caçador.
Para ele, “Babaçu é uma pessoa perigosa, não temendo sequer a polícia”.
História inventada
Em depoimento à Polícia Civil, Babaçu disse que a ameaça contra o servidor foi algo “da boca para fora”.
Já sobre a acusação de estupro, ele disse que isso seria invenção da vítima, porque ele queria pegar o celular que deu para ela de volta. O caçador diz que houve relação sexual, mas que teria sido com consentimento. Ele tem antecedente criminal por crimes ambientais e porte ilegal de arma.
As advogadas de Babaçu, Erica Borges e Eliane Paulino, defenderam que o caçador e a adolescente tinham uma relação de namoro com consentimento da mãe dela. “Várias testemunhas relataram terem visto os dois como casal”, afirmaram as advogadas em nota. Elas também afirmaram que maiores esclarecimentos serão feitos após a conclusão da investigação policial.