Caçador de tesouros encontra espada viking com mais de mil anos
Arma foi encontrada por Trevor Penny, 52 anos, durante uma pescaria na Inglaterra. Peça remete à era medieval
atualizado
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O caçador de tesouros Trevor Penny, 52 anos, encontrou uma espada viking ao praticar seu hobby de pesca com ímã, em Oxfordshire, na Inglaterra. A arma foi achada em um rio inglês em novembro do ano passado.
Com mais de mil anos, a peça encontrada no Rio Cherwell e identificada por um grupo arqueológico que rastreia descobertas públicas, provavelmente data de um período entre 850 d.C. e 975 d.C. De acordo com Penny, a espada foi entregue na semana passada ao Serviço de Museus de Oxfordshire, onde se espera que seja colocada em exposição depois de restaurada.
A peça remete a uma era medieval em que vikings desembarcaram nas Ilhas Britânicas, saqueando e pilhando pela Inglaterra e Escócia. As incursões tiveram fim, mas alguns descendentes fazem parte da população britânica.
Artefatos perdidos
Nos últimos anos, os detectores de metal têm ajudado a desenterrar artefatos e tesouros que ficaram enterrados no subsolo por séculos. Foi o que aconteceu com Penny. Ao perceber o que tinha encontrado, ele entrou em contato com o responsável por identificar as descobertas arqueológicas feitas pelo público.
A descoberta foi “mais uma peça do quebra-cabeça que pode iluminar nossa herança compartilhada”, disse Edward Caswell, que documenta as descobertas de Oxfordshire para um serviço administrado pelo Museu Britânico. Mais análises ainda eram necessárias, ele alertou, mas especialistas confirmaram que a espada se encaixava com outras daquela era.
Segundo a professora de arqueologia na Universidade de Oxford, Jane Kershaw, cerca de 70 espadas desse tipo foram encontradas na Grã-Bretanha. “Nós encontramos armas vikings, incluindo espadas, depositadas em rios na Inglaterra”, contou ela ao The New York Times.
A espada encontrada por Penny pode ter sido perdida acidentalmente. Entretanto, é sabido que essas armas também eram jogadas com frequência e intencionalmente em cursos d’água como parte de um ritual.
“Rios eram vistos como portais para outros mundos, onde deuses e outras criaturas ou espíritos poderiam viver”, afirmou a professora. De acordo com ela, os arqueólogos interpretavam tais rituais como um apelo viking por proteção ou sorte, talvez em batalha.
Relato de descobertas
Segundo a professora, pessoas como Penny estão fazendo descobertas cada vez mais importantes, e é crucial que as relatem. “É uma informação de enorme valor. Desde que estejam registrando isso, estão fazendo arqueologia que de outra forma seria perdida”.
A posse desses artefatos, porém, pode ser uma questão delicada e está condicionada ao fato de serem classificados ou não como tesouro. Quando encontrados, objetos de metal com mais de 300 anos devem ser relatados às autoridades dentro de duas semanas, segundo lei da Grã-Bretanha.
Museus podem reivindicar a posse desses itens, e os descobridores e proprietários de terras, receber uma recompensa se forem considerados tesouro.
Penny encontrou a espada em terras do Canal & River Trust, instituição de caridade que administra muitas das vias navegáveis internas da Inglaterra. O grupo proibiu a pesca com ímã na propriedade, dizendo que pode ser “perigoso” e que objetos afiados poderiam causar problemas para os visitantes.