CAC, líder de esquema de pirâmide ostentava armas e carrões nas redes
Homem apontado como líder de esquema de pirâmide publicava fotos ao lado de celebridades e políticos e exibia itens de luxo nas redes
atualizado
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Alvo de investigação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro, André Felipe de Oliveira Silva, apontado como dono de uma empresa que aplicava o golpe da pirâmide financeira no Rio de Janeiro, ostentava armas, carros, relógios e itens de luxo nas redes sociais, além de posar ao lado de celebridades e políticos.
No Instagram, André afirma ter registro Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Ele está preso desde março deste ano por porte ilegal de arma de fogo.
Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (23/11) cumpriu seis mandados de prisão contra suspeitos de integrar o esquema. De acordo com a polícia, cerca de 1 mil pessoas foram lesadas pelo grupo.
Veja as imagens publicadas pelo líder da quadrilha:
Denúncia
A operação ocorreu após uma notícia-crime apresentada pelo advogado criminalista Joabs Sobrinho, que representa dois clientes vítimas do esquema. Juntos, eles acumulam prejuízo de mais de R$ 800 mil.
No documento, o advogado relata que as vítimas passaram a sofrer ameaças depois de cobrarem o pagamento pelos investimentos.
“Após as empresas pertencentes aos noticiados pararem de honrar com os seus pagamentos, as vítimas passaram a realizar cobranças diárias junto aos referidos representantes, tendo então estes deixados de ostentar em suas redes sociais as viagens internacionais glamorosas, as festas e os carros de luxo, para começarem a postar fotos e vídeos de armamento pesado, tudo é claro com intuito de fazerem ameaças veladas”, alega.
André Felipe chegou a enviar mensagens com xingamentos a um dos investidores que perdeu dinheiro. “A cadeia alimentar será sempre eu lá em cima e você lá embaixo”, escreveu em uma rede social.
Como funcionava o esquema
O rendimento ocorria a partir de “traders de criptomoedas”, de acordo com a PCERJ. Segundo a organização, as investigações mostram que a Atomx — posteriormente, tornaria-se a Atrion Invest — chegou a patrocinar eventos e atletas esportivos.
Segundo o MPRJ, o grupo prometia um retorno de 3% a 16,33% de lucros fixos mensais do capital aplicado sobre investimentos mínimos de R$ 2,5 mil — popularmente conhecido como golpe da pirâmide financeira.
As autoridades identificaram movimentações suspeitas de mais de R$ 77 milhões — valor que, segundo a polícia, era incompatível com o patrimônio dos integrantes.
Entre os presos estão:
- André Felipe de Oliveira Silva, dono da Atomx, preso por porte ilegal de arma em maio;
- André Vitor de Oliveira Silva, braço direito do irmão;
- Giovanni Andrade da Costa Leste, policial civil da 54ª DP (Belford Roxo), responsável pela escolta dos irmãos;
- Suellen Marques Mendonça, ex-mulher de André Felipe.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 15 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, estelionatos, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro.