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Cabral, Nuzman e “Rei Arthur” teriam viajado para comprar votos

O trio teria ido pelo menos 15 vezes aos Estados Unidos e Europa. Principalmente, à França, de fevereiro a outubro de 2009

atualizado

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Shana Reis/Governo do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral
1 de 1 Sérgio Cabral - Foto: Shana Reis/Governo do Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal (MPF) descobriu provas de que o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”, e o ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) realizaram diversas viagens juntos para o exterior. O objetivo do trio, segundo os investigadores, seria articular compra de votos para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.

O grupo fez, pelo menos, 15 viagens juntos aos Estados Unidos e Europa. Principalmente, à França, de fevereiro a outubro de 2009, mês em que ocorreu a eleição.

Em depoimento para o MPF, durante a Operação Eficiência, Cabral — que está preso — havia admitido as viagens com Nuzman, mas omitiu o nome de Rei Arthur. O MPF desconfia que estas viagens tenham sido feitas para articular a compra de votos de delegados africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Contra “Rei Arthur”, ele e sua sócia, Eliane Pereira Cavalcante, há dois mandados de prisão por lavar dinheiro para o esquema, por meio de offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e em contas nos Estados Unidos.

Nuzman terá de depor às 15h desta terça-feira (5/9), na Polícia Federal, na Operação Unfair Play. A ação tem como objetivo desmantelar um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do governo do Rio de Janeiro. Esta nova fase da Lava Jato no Rio tem apoio de autoridades francesas.

As investigações, iniciadas há nove meses, apontam que os pagamentos teriam sido efetuados tanto diretamente com a entrega de dinheiro em espécie, como por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios e também por meio do pagamento de despesas pessoais. Além disso, teriam ocorrido transferências bancárias no exterior para contas de doleiros.

“Os fatos apurados indicam a possibilidade de participação do dono das empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional para a compra de votos para a escolha da capital fluminense pelo Comitê Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas 2016, o que ensejou pedido de cooperação internacional com a França e os Estados Unidos”, informou a PF.

Pelo menos 70 policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As sedes dos comitês Olímpico Brasileiro e Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio também são alvos de mandados de busca e apreensão.

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