Cabral é interrogado no TJ e não voltará a Bangu 8 após depoimento
Por ordem judicial, ele será levado ao Batalhão Especial Prisional, em Niterói. A medida é para impedir o contato dele com delatados
atualizado
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Rio de Janeiro – O ex-governador Sérgio Cabral presta depoimento no processo sobre corrupção que envolve ele e o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes nesta sexta-feira (17/9). Cabral chegou ao Tribunal de Justiça por volta do meio-dia, mas não retornará mais para presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona oeste.
Por ordem do juiz da 7ª Vara Criminal Federal, Marcelo Bretas, ao final do depoimento, Cabral será escoltado por agentes da Polícia Federal até o seu novo endereço: o Batalhão Especial Prisional, o antigo BEP, em Niterói, região metropolitana do Rio.
A transferência seria porque Cabral teria delatado ao Supremo Tribunal Federal o atual secretário de Administração Penitenciária, Fernando Veloso, e o delegado Maurício Demétrio, preso em junho acusado de extorquir comerciantes da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana. Por isso, não poderia ter contato com os delatados.
Veloso foi chefe da Polícia Civil no governo de Luiz Fernando Pezão, entre 2014 e 2016.
Corrupção
Condenado a mais de 300 anos de prisão, Sérgio Cabral e o ex-procurador Cláudio Lopes foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção e organização criminosa. Também serão ouvidos o ex-secretário de Governo Wilson Carlos Cordeiro e Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, apontado como operador financeiro do esquema fraudulento.
A Justiça rejeitou um pedido da defesa para que Cabral fosse transportado para a audiência sem algemas e sem a utilização da “caçamba” ou “xadrez” do automóvel.
Deflagrada em 17 de novembro de 2016, a operação Calicute apontou que no final de 2008 Cabral teria determinado a Wilson Carlos que pagasse R$ 300 mil para Lopes ser eleito como chefe do Ministério Público.
No ano seguinte, após a nomeação de Lopes por Sérgio Cabral para o primeiro mandato no cargo, a quadrilha passou mesada de R$ 150 mil, reeleito dois anos depois, até dezembro de 2012.
Lopes é o primeiro ex-procurador-geral da história da instituição, que chegou a ser preso, a responder por corrupção.