Cabral e ex-esposa são condenados a pagar R$ 19 milhões por uso de helicóptero
Ex-casal foi condenado a penas que variam de oito a 11 anos de prisão e mais multa pelo uso da aeronave do estado em passeios com a família
atualizado
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Rio de Janeiro – O ex-governador Sérgio Cabral, que está preso, e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, que responde a processos em liberdade, não formam mais um casal desde 2020, mas juntos carregam a parceria nos crimes.
Eles foram condenados a pagar R$ 19,9 milhões por usos de helicóptero do estado em, no mínimo, 2.281 voos, entre os dois mandatos do então governador do Rio (2007-2010/2011-2014).
Cabral e Adriana, tratada pelo então marido com o carinhoso apelido de “Riqueza”, foram punidos ainda com penas de 11 anos e 8 meses e oito anos e quatro meses de prisão, respectivamente, pelo crime de peculato (desvio de confiança pública).
Adriana ganhou o direito de recorrer da decisão em liberdade, assim como Cabral, que não fará jus ao benefício por estar preso desde novembro de 2016, e já foi condenado a mais de 300 anos de prisão.
“A título de reparação mínima dos prejuízos que causaram aos cofres públicos, (…) de R$ 19.978.500,00, com atualização monetária e juros de mora de 01% (um por cento) ao mês contados desde o evento danoso”, afirmou o juiz juiz André Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal, em um dos trechos da decisão.
Denúncia do MP
Cabral e Adriana foram denunciados em 2018 pelo Ministério Público. As investigações começaram por força de denúncias de deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Cabral foi acusado de ter utilizado o helicóptero em 2.281 voos particulares e a ex-primeira dama por, pelo menos, 220 vezes, em voos privados. A maioria dos voos tinha como destino o condomínio Portobello, em Mangaratiba, Região da Costa Verde, onde Cabral tinha uma mansão.