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Cabral alegou interesse público ao tentar mediar venda de empresa

As investigações mostraram que Cabral tentou intermediar a compra da Rica pelo grupo JBS, em 2014

atualizado

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Carlos Magno/Gov do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral
1 de 1 Sérgio Cabral - Foto: Carlos Magno/Gov do Rio de Janeiro

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, ouviu nesta quarta-feira (5/4) o executivo da empresa de carnes JBS Gilberto Tomazoni, arrolado pela defesa do empresário Luiz Alexandre Igayara. Um dos sócios controladores da Frangos Rica, Igayara é acusado de lavar dinheiro do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB), que está preso.

As investigações mostraram que Cabral tentou intermediar a compra da Rica pela JBS, em 2014. O negócio já havia sido descartado pela empresa, uma vez que as partes não haviam entrado em consenso quanto ao valor que a Rica valia.

Tomazoni disse que o ex-governador alegou interesse do Estado na transação. O negócio, segundo ele, seria uma forma de ajudar na recuperação financeira da Rica, empresa local que gera empregos e que estava falindo (atualmente encontra-se em recuperação judicial).

“O negócio apresentado para nós seria de interesse do Estado. Como todos os Estados fazem. Há sempre interesse, porque a avicultura é uma atividade que gera nível de emprego grande. (O objetivo de Cabral) foi essa reaproximação e tentar ver se tinha como as empresas fazerem negócio, o que acabou não ocorrendo”, declarou Tomazoni.

O executivo disse que o contato de Cabral foi com Joesley Batista, um dos controladores da JBS. “Joesley falou que parecia que a Rica estava em outro momento, que o ex-governador Cabral o procurou e disse que seria importante para o Rio de Janeiro desenvolver a atividade de frango. Assim foi feito. Visitamos a operação dele (Igayara) e novamente o negócio não se mostrou viável.”

Em novembro, Igayara foi conduzido coercitivamente a depor no âmbito da operação Calicute da Polícia Federal, cujo alvo principal foi Cabral. Para tentar provar que ele não lavou dinheiro para o ex-governador, a defesa tenta arrolar como testemunha o advogado Thiago Aragão, ex-sócio de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral. O juiz Bretas indeferiu a convocação.

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