Cabo Daciolo diz que diarreia motivou conversão: “Pedi a cura a Deus”
Ex-deputado federal e candidato à presidência em 2018, o político relembrou prisão por suposta incitação à greve e culpou Dilma e Cabral
atualizado
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Rio de Janeiro – O ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro e candidato à Presidência da República nas Eleições 2018, Benevenuto Daciolo Fonseca Santos, o Cabo Daciolo (sem partido), revelou que se converteu à religião evangélica após ter uma diarreia. O político se recusou a fazer um exame de colonoscopia e disse que pediu a Deus que o curasse da diarreia persistente. A declaração foi feita em uma entrevista ao Flow Podcast, transmitida ao vivo na quarta-feira (13/10).
Daciolo contou que, em 2004, bebeu demais com os amigos, teve uma dor de barriga muito forte e não conseguia parar de ir ao banheiro. “Tava urinando pelo ânus”, disse o ex-presidenciável.
O político foi e voltou de hospitais por cerca de um mês, até que, em uma consulta, foi dito que ele precisaria realizar uma colonoscopia. Nesse exame, um tubo é inserido pelo ânus para detectar possíveis lesões e sangramentos. Porém, o ex-deputado não quis fazer o procedimento e, segundo contou na entrevista, falou com Deus para que fosse curado.
“Chegou um ponto em que o cara falou: ‘Vamos passar um fio pelo seu ânus para poder examinar’. Eu disse: ‘Pô, calma aí, doutor, segura aí, rapidinho’. Aí eu me lembrei daquela mensagem, varão. Fui pra areia da praia, falei pra Deus: ‘Pai, se o senhor existe mesmo, se o Senhor é verdadeiro e tem um propósito na minha vida, o Senhor me cura que eu vou te servir. Agora eu sou fraco, sou carne, tentações, mentiras dentro de mim, me ajuda’. No dia seguinte, eu não fui ao banheiro e, no outro, estava tudo normal. Desde então, meu irmão, transformou a minha vida”, disse.
O ex-deputado federal afirmou que, a partir deste episódio, começou a ler a Bíblia e a subir montes. Foi assim que ele ficou conhecido na campanha de 2018: sempre com o livro na mão em debates e reclusões para orações.
Prisão por incitar greve
O ex-parlamentar lembrou do dia em que foi preso em fevereiro de 2012 por supostamente incitar uma greve do Corpo de Bombeiros Militar do Rio (CBMERJ) e da Polícia Militar do estado (PMERJ). Ele foi detido ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, após retornar de uma viagem à Bahia. Ele foi levado para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, de segurança máxima, e solto menos de um mês depois.
Na entrevista, Daciolo culpou a então presidente, Dilma Rousseff (PT), e o então governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB), pela prisão. “Foi uma armação do governo Dilma com o Cabral, junto com o da Bahia, que na época era o Jacques Wagner. Eles me colocaram nessa situação”, disse ao Flow Podcast.
Na época, militares da corporação cobravam melhores condições de trabalho. O ex-deputado federal havia ido ao estado baiano para dialogar com lideranças que pretendiam fazer greves por lá. Ele defendeu que a detenção foi injusta, por ter autorização do Corpo de Bombeiros para fazer a viagem.
“Fomos recebidos pelo vice-governador [da Bahia], Otto Alencar, por senadores e deputados. […] Me perguntaram se eu ia entrar, mas antes disse: ‘vamos conversar com esse povo que tá aqui fora’. Todos com a arma na mão, muito tenso. Pregamos com o grupo e dissemos: ‘senhores, temos dois cenários aqui, vida ou morte. Quem quer morte é Satanás, Jesus quer vida. Rezamos e entramos. Conclusão: eles se entregaram, meu irmão, com a força do diálogo. E eu tinha autorização para sair do estado”, falou.
Daciolo contou que, na prisão, teve muitas “experiências com Deus”. “Deus me tirou de dentro de Bangu 1 e me levou direto para o deputado federal. E pegou todas aquelas pessoas que me jogaram lá dentro e colocaram lá. O Cabral tá lá. […] A profecia se cumpriu”, pontuou.