Cabo da PM de Goiás denuncia que foi torturada durante treinamento
Militar relata que foi sufocada com spray de pimenta e afogada, enquanto era obrigada a ficar de quatro no asfalto com os punhos fechados
atualizado
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Goiânia – Uma cabo da Polícia Militar de Goiás (PMGO), de 32 anos, denunciou que foi torturada durante uma instrução da Companhia de Policiamento com Cães (CPCães). Ela procurou uma delegacia na quarta-feira (15/9), onde relatou que foi agredida de forma física e psicológica, o que a deixou em choque.
A cabo relatou para a Polícia Civil que foi separada dos outros militares, durante treinamento, e colocada sozinha no asfalto quente, na posição de quatro e com os punhos fechados. Na sequência, ela teria sido molhada com uma mangueira e atingida com spray de pimenta no rosto a uma curta distância.
Toda a sessão de tortura teria durado entre 30 minutos e uma hora, segundo a cabo. Em determinado momento, teriam pedido que ela recitasse uma oração.
Enquanto ela dizia a oração, teriam sido jogados jatos de spray de pimenta em sua boca e olhos. Quando ela teve dificuldade para respirar, por causa do efeito da substância, teria sido afogada com água de mangueira. Esse procedimento teria se repetido várias vezes.
Machucada e em pânico
O grupo responsável pela tortura não era o mesmo que realizava a instrução dos demais militares, segundo depoimento da cabo.
A vítima contou que ficou em choque, muito constrangida, machucada e em pânico. Ela relatou que ao chegar em casa, reparou que o rosto estava ardendo, as mãos cortadas e os joelhos esfolados.
O Metrópoles pediu uma posição sobre a denúncia para a PMGO e para a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO), mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O portal também entrou em contato com a vítima, que não retornou o contato.