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Butantan confirma caso da variante sueca do coronavírus em São Paulo

Pesquisadores do instituto também identificaram o segundo caso da variante sul-africana no estado

atualizado

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Paula Fróes/GOVBA
lacen BA laboratorio exame covid teste coronavirus
1 de 1 lacen BA laboratorio exame covid teste coronavirus - Foto: Paula Fróes/GOVBA

São Paulo – O Instituto Butantan identificou pela primeira vez em São Paulo a presença da variante sueca do novo coronavírus, a B.1.1.38.

Além dessa cepa, pesquisadores do instituto identificaram um novo caso da variante sul-africana B.1.351.

A variante identificada pela primeira vez em dezembro do ano passado na Suécia já havia sido registrada no Brasil, em um caso de Santa Catarina.

Já a sul-africana é a segunda do estado. A primeira foi registrada em Sorocaba e desta vez, na Baixada Santista.

No caso de Sorocaba, não há histórico de viagem do paciente à África do Sul. Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, isso indica a possibilidade que seja evolução da variante P1, mais conhecida como a variante brasileira, em direção à mutação sul-africana.

“A variante sul-africana é de preocupação, enquanto a N9 e a sueca são, por enquanto, variantes de interesse. Ainda é cedo para dizer, porém, se elas são mais transmissíveis ou mais agressivas do que as variantes brasileiras já amplamente descritas, a P1 e a P2”, informa, em nota, o Instituto Butantan.

Confira a íntegra abaixo:

“Os pesquisadores do Butantan detectaram recentemente a existência de três novas variantes do vírus SARS-Cov-2, causador da Covid-19, entre os testes diagnósticos realizados no Instituto. As novas cepas foram encontradas na Baixada Santista (B.1.351, variante sul-africana, já identificada em Sorocaba), Itapecerica da Serra (B.1.318, variante encontrada na Suécia e também no Reino Unido) e em Jardinópolis (N9, uma mutação da P1, a variante amazônica, já encontrada em vários estados).

A variante sul-africana é de preocupação, enquanto a N9 e a sueca são, por enquanto, variantes de interesse. Ainda é cedo para dizer, porém, se elas são mais transmissíveis ou mais agressivas do que as variantes brasileiras já amplamente descritas, a P1 e a P2.

As detecções foram feitas na semana epidemiológica, ou seja, no período de uma semana em que o Butantan realiza a vigilância de novas variantes por meio do sequenciamento genômico de parte das amostras positivas diagnosticadas nos laboratórios do Instituto.

Afinal, uma das frentes de atuação do Butantan no combate à pandemia é a gestão e organização da Rede de Laboratórios para o Diagnóstico do Coronavírus – que reúne 19 laboratórios e é responsável por todos os testes de Covid-19 feitos na rede pública do estado de São Paulo. A rede entrega cerca de 20 mil laudos diariamente, sendo que somente nos laboratórios do Butantan são analisadas cerca de 5 mil amostras todos os dias.

A identificação e mapeamento de novas cepas é outra frente de atuação do Butantan na pandemia. A partir das descobertas de novas cepas, os cientistas do Butantan pesquisam como as variantes se comportam em relação ao estado clínico, qual sua relevância no contexto da pandemia e se a CoronaVac é capaz de combatê-las. As conclusões são levadas em consideração para a elaboração de novas vacinas – como a ButanVac – e, se houver necessidade, na atualização de vacinas existentes, como a CoronaVac.

Esse processo é semelhante ao que acontece com a vacina da gripe, que anualmente é atualizada de acordo com as principais cepas em circulação no mundo, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde.

“Esses estudos mostram que tem muita variante em São Paulo. Precisamos de políticas de contenção e respeitar o distanciamento para que a gente não fique espalhando variantes”, explica a vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Instituto Butantan, Maria Carolina Quartim Barbosa Elias Sabbaga. “É interessante para podermos entender de que forma essas variantes podem ser diferentes para os indivíduos, o que pode ser mais complicado e menos complicado, o que mudou”, completa a diretora do CDC, Sandra Coccuzzo Sampaio Vessoni.

Eficácia da Coronavac frente às novas cepas

Conforme estudo divulgado pela Sinovac, farmacêutica chinesa parceira do Butantan na produção da Coronavac, a vacina é eficaz contra a mutação D614G do vírus SARS-CoV-2, que predomina atualmente no mundo e é comum às linhagens B.1.1.28 (da qual derivam as variantes P.1, amazônica, e P.2, surgida no Rio de Janeiro) e B.1.1.33 (da qual deriva a variante N9).

Além disso, dados iniciais de um estudo preliminar realizado em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo apontam que a vacina do Butantan é capaz de combater as variantes P.1 (também conhecida como amazônica) e P.2 (do Rio de Janeiro). A conclusão foi reforçada por resultados preliminares de uma pesquisa sobre o impacto da Coronavac em mais de 67 mil profissionais da saúde de Manaus que tiveram diagnóstico confirmado de Covid-19. A análise comprovou que a vacina tem 50% de eficácia contra a variante P.1 14 dias após a aplicação da primeira dose.

As vacinas compostas de vírus inativado, como a Coronavac, possuem todas as partes do vírus. Isso pode gerar uma resposta imune mais abrangente em relação ao que ocorre com outras vacinas que utilizam somente uma parte da proteína Spike (proteína utilizada pelo coronavírus para infectar as células). A vacina inativada do Butantan consegue ter uma proteína Spike completa.

As mutações do novo coronavírus indicam que a pandemia está longe de ser controlada. Por isso, além da vacina, é importante continuar usando máscara, higienizando as mãos com água e sabão ou álcool gel e manter o distanciamento social.”

 

 

 

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