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Buscas por Lula superam Bolsonaro na Wikipédia pela 1ª vez desde 2018

Página do ex-presidente petista foi vista 98 mil vezes em maio, ante 77 mil visualizações no perfil de Bolsonaro

atualizado

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1 de 1 bolsonaro lula - Foto: Guilherme Prímola/Metrópoles

Pela primeira vez desde que foi preso em abril de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve, em maio deste ano, mais visualizações em sua página na Wikipédia do que a do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O verbete do petista na plataforma foi visto mais de 98 mil vezes em maio, segundo dados do Wikipédia obtidos pelo Metrópoles.

Já o perfil de Bolsonaro teve 77 mil visualizações, o segundo do ranking mensal entre os pré-candidatos à Presidência da República. Em seguida estão Ciro Gomes (PDT), com 52 mil visualizações, e Simone Tebet (MDB), com 50 mil – recorde da emedebista.

A última vez que Lula esteve na frente de Bolsonaro no quesito “visualizações na Wikipédia” foi em abril de 2018. Na ocasião, o petista se entregou à Polícia Federal (PF) a poucos meses da eleição daquele ano, após ser condenado pelo então juiz federal Sergio Moro.

Desde então, o atual presidente da República jamais foi ultrapassado pelos futuros concorrentes nas eleições de 2022.

A quantidade de visualizações varia mês a mês, e geralmente estão associadas a fatos políticos importantes.

Em outubro de 2018, mês em que foram realizadas as votações para presidente em 1º e 2º turno, o verbete de Bolsonaro na Wikipédia foi visto 2,6 milhões de vezes. Trata-se de um número 20 vezes maior que a média mensal (131 mil) dele desde que tomou posse, em janeiro de 2019.

A senadora Simone Tebet, por exemplo, jamais teve tantas visualizações em sua página como agora.

Ela passou a ser considerada o principal nome da chamada terceira via – depois das desistências de Luciano Hulk, João Amoedo (Novo), Henrique Mandetta (União Brasil), Rodrigo Pacheco (PSD), Alessandro Vieira (PSDB),  Sergio Moro (União Brasil), Eduardo Leite (PSDB) e, por último, João Doria (PSDB).

Até então, o recorde de Tebet (ao se considerar dados desde janeiro de 2018) havia sido registrado em fevereiro de 2019, quando concorreu à presidência do Senado e teve cerca de 24 mil visualizações em sua página na Wikipédia.

Polêmica

Com o avanço de page views, uma assessora da pré-candidata tentou editar o verbete da parlamentar na plataforma em temas considerados polêmicos envolvendo direitos humanos e indígenas. Como revelou o Metrópoles, a funcionária foi bloqueada da rede. O motivo da expulsão? Conflito de interesse.

Considerada a maior enciclopédia on-line colaborativa do mundo, a Wikipédia vira um “campo de guerra” para edições de biografias de pré-candidatos.

A responsável tentou excluir do Wikipédia, no mês passado, que um projeto defendido por Simone Tebet no Senado trata da suspensão das demarcações de terras indígenas e prevê o pagamento de indenizações para fazendeiros.

Além disso, a funcionária omitiu a informação de que Eduardo Rocha é marido da parlamentar. Atual secretário de governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), governador de Mato Grosso do Sul, Rocha foi um dos nomes atuantes em comissão parlamentar de inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa do estado, para investigar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), instituição ligada à Igreja Católica considerada uma das maiores defensoras dos povos indígenas no Brasil.

Essas informações têm como base reportagens de sites considerados confiáveis pela plataforma.

As edições foram confirmadas pela assessoria de Simone Tebet em nota ao Metrópoles.

“A assessoria da senadora tenta, desde 2021, atualizar o perfil e corrigir informações equivocadas registradas na Wikipédia, algumas das quais fundamentadas em veículos de imprensa cujas matérias, essas sim, apresentam teor enviesado e negativamente tendencioso. Nada além de repor a verdade dos fatos, facilmente verificados nos documentos oficiais do Senado Federal”, alegou.

“A senadora enviará protesto formal à plataforma para que corrija essa injustiça – que, especialmente neste momento, pode ser usada com objetivos eleitorais e de disseminação de desinformação e fake news”, acrescentou.

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