Bunker, túnel e zoo: como vivia o traficante inspirado em Escobar
Anderson Lacerda Pereira, conhecido como “Gordão”, era procurado desde 2017 e foi preso nessa segunda-feira (5/9) em São Paulo
atualizado
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O traficante Anderson Lacerda Pereira, mais conhecido como Gordão, foi preso em um restaurante em Poá, município da região metropolitana de São Paulo, nessa segunda-feira (5/9). Por conta da vida ligada ao crime, ele acumulou diversas propriedades, criando um império de 86 imóveis por todo o país.
Gordão era procurado pela polícia desde 2017 e pela Interpol há dois anos. Ele é acusado de enviar cocaína para países da Europa e de fraudar compras públicas na área da saúde de São Paulo. Anderson é tido como colaborador da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A maioria dos imóveis de Gordão está em nome de sua mãe, Arlete, que só no estado de São Paulo já figurou como proprietária de 20 propriedades. O megatraficante também já teve 10 imóveis registrados em seu nome nos últimos anos. Foram identificados ainda bens em nome de laranjas.
Segundo a polícia, Gordão, inspirado em Pablo Escobar, é dono de um sítio paradisíaco em Santa Isabel, também na região metropolitana de São Paulo. Lá, Anderson mantinha um minizoológico com dois jacarés, araras, cavalos e um macaco. Ele “homenageou” outro traficante, o mexicano Amado Carrillo Fuentes (1956-1997), para batizar seu sítio de Guamuchilito, a cidade natal de Fuentes.
Confira o vídeo feito durante uma operação da polícia em 2021 no interior do sítio:
Pelo menos duas propriedades tinham bunkers, salas onde ele e os comparsas poderiam se esconder sem serem vistos. Em outro imóvel, a polícia encontrou não só o bunker, mas também um túnel de fuga com 50 metros de comprimento que dá em uma área de mata fora do condomínio. Veja fotos de algumas propriedades do traficante:
Além disso, o homem é acusado de ter montado 38 clínicas médicas e odontológicas na Grande São Paulo. Uma das unidades de saúde seria utilizada para socorrer membros do PCC que haviam sido baleados em conflitos policiais. De acordo com a polícia, os estabelecimentos também eram usados para comprar medicamentos seguindo a lei, mas com o intuito de manipular para produção de cocaína.