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São Paulo – A Prefeitura de São Paulo decidiu manter os alunos do ensino infantil e fundamental apenas em atividades extracurriculares (como aulas de dança, línguas ou música, por exemplo) e de acolhimento, iniciadas em 7 de outubro, na capital. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19/11) pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
“Por conta da estabilidade e da evolução da pandemia (do novo coronavírus), não é o momento de ampliar a flexibilização. Então, não vamos ampliar a liberação no que diz respeito à educação na cidade de São Paulo. Vamos manter o ensino médio aberto e, para o ensino fundamental, a autorização das atividades extracurriculares”, justificou o prefeito em coletiva de imprensa.
Escolas públicas e privadas do ensino médio da capital paulista foram liberadas para retomar as aulas presenciais a partir de 3 de novembro. O retorno é voluntário para os pais, de acordo com decisão dos conselhos nacional, estadual e municipal de educação e deve seguir os protocolos já estabelecidos.
Candidato à reeleição, o prefeito tem sido pressionado por instituições privadas para a retomada das aulas. Em 10 de novembro, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) ingressou com uma ação civil pública na Justiça paulista pedindo o retorno imediato, na cidade de São Paulo, das aulas presenciais do ensino infantil e fundamental.
Confira entrevista de Bruno Covas a Rachel Sheherazade, para o Metrópoles:
Estabilidade
Apesar dos alertas de hospitais e autoridades sobre um aumento no número de internações na capital, Covas destacou que o momento é de estabilidade no número de casos e óbitos por Covid-19 na cidade. Segundo o prefeito, há, no entanto, um aumento na taxa de ocupação dos leitos de UTI.
“Há 35 dias, apontamos para um aumento de casos nas classes A e B, o que reflete em uma maior taxa de ocupação de leitos de UTI”, afirmou.
Ao mesmo tempo, disse Covas, houve queda no número de leitos referenciados para Covid-19, que passou de 31 para 19,5 por 100 mil habitantes, e crescimento de pessoas internadas que são de fora de São Paulo. “Em março, 13% das pessoas internadas eram de fora da cidade de São Paulo. Hoje, estamos com 20%”, acrescentou.
O prefeito também descartou a necessidade de lockdown e disse que “não há espaço para discurso extremista”.
“Não há nenhum número que indique necessidade lockdown como infelizmente alguns vem espalhando, disseminando uma fake news. Aqui a gente seguiu a recomendação da área da ciência, da área sanitária”, afirmou.