Brumadinho: veterinários vão divulgar fotos de animais resgatados
A ideia é localizar os donos de gatos e cachorros que podem ter sido abandonados no momento em que famílias evacuaram as casas na região
atualizado
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Enviados especiais a Brumadinho (MG) – Veterinários vão criar um banco de imagens para encontrar os donos dos bichos resgatados. Até agora, 57 foram localizados nos arredores da área atingida pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Alguns estavam soterrados e outros atolados na lama.
Os veterinários acreditam que gatos e cachorros foram abandonados por moradores no momento de evacuar as casas. Aqueles que ficarem desamparados serão colocados para adoção.
Bovinos, cachorros, gatos, aves e cavalos recebem os primeiros cuidados em um posto médico veterinário de campanha montado na região do Córrego do Feijão, local mais atingido pelo rompimento da barragem.
Em seguida, eles são encaminhados para uma fazenda alugada pela Vale. O Metrópoles visitou o local e viu uma família de gatinhos que havia chegado há pouco. A mãe e os quatro filhotes recebiam atendimento. Um dos pequenos estava em estado grave e desnutrido, forma como a maioria dos animais chega até o posto de atendimento.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV) é responsável por coordenar a equipe de veterinários e voluntários que atuam no resgate e primeiros-socorros. Os profissionais já atuaram em desastres ambientais como o rompimento das barragens em Mariana e nas inundações do município de Rio Casca.
Sacrificados
Dois bovinos e um equino estavam em local de difícil acesso e precisaram ser sacrificados desde o início do trabalho do grupo. De acordo com CRMV, dois dos animais estavam atolados há quatro dias e tiveram de ser abatidos por meio de rifle sanitário.
Ainda segundo o conselho, eles estavam em local sem condições de segurança para serem içados. Um boi e um cavalo estavam presos em uma área que oferecia riscos aos socorristas e sem possibilidade de acesso para intervenção de outra técnica de eutanásia.
“A decisão de sacrificar um animal não é algo fácil para nenhum profissional. Certamente é o momento mais difícil na vida de qualquer médico-veterinário. Possivelmente, os traumas produzidos em circunstâncias de sacrifício em massa e em áreas de catástrofes sejam similares aos traumas de guerra”, ressaltou a Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CRMV por meio de nota.
Veja as imagens dos animais resgatados: