Brumadinho: polícia prende suspeitos de fraudar indenizações da Vale
Os policiais prenderam 10 pessoas por tentativa de falsificação de atestado dos postos de Saúde da Família
atualizado
Compartilhar notícia
Um grupo de pessoas suspeitas de estelionato em Brumadinho é alvo de uma investigação da Polícia Civil de Minas Gerais. Desde a semana passada, os policiais prenderam 10 pessoas por tentativa de falsificação de atestado dos postos de Saúde da Família. Os documentos falsos eram utilizados como comprovante de residência para o recebimento de indenização paga pela Vale aos moradores do município.
Segundo a polícia, 39 suspeitos estão sendo investigados desde o rompimento da Barragem Córrego do Feijão, em janeiro deste ano. “Documentos apresentados pela Vale à Polícia Civil confirmam o ganho imediato dos fraudadores, lembrando que tal indenização é devida desde janeiro de 2019, sendo os retroativos depositados aos beneficiados em uma só vez, e será concedida até o mês de dezembro deste ano”, disse a delegada Ana Paula Gontijo.
Segundo as investigações, seis pessoas de uma mesma família receberam, cada uma, entre R$ 5 mil e R$ 12 mil depois de solicitarem o auxílio emergencial com a declaração falsa. “Uma das investigadas é moradora de Brumadinho e realmente tem direito à indenização de urgência. Contudo, ela forneceu o endereço onde mora para o namorado e outros parentes que residem em Sarzedo”, afirma a delegada.
De acordo com a policial, a mulher pode responder por estelionato, organização criminosa e falsidade ideológica, por ter registrado de próprio punho uma declaração de que o namorado morava com ela.
A Polícia Civil também apurou que os documentos fraudados eram comprados de um falsário e os suspeitos pagavam entre R$ 500 e R$ 700 pelas declarações. “Ele forjava o papel timbrado e o carimbo do posto de saúde. Chegou até mesmo a falsificar a assinatura de uma enfermeira”, afirmou a delegada.
Ex-candidata a deputada distrital, Ana Maria Vieira Santiago foi presa em 18 de março por ter recebido indenização de R$ 65 mil pagos pela Vale a pessoas atingidas pela barragem. Ela teria aplicado outros golpes no Distrito Federal e foi denunciada em ao menos seis ocorrências policiais no DF.