Brigadistas de SP tentam impedir “reignição” de incêndio no Parque do Juquery
Equipes de combate a incêndio no Parque do Juquery conseguiram controlar propagação, mas seguem tentando apagar os focos remanescentes
atualizado
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São Paulo – Embora o incêndio que atinge o Parque Estadual do Juquery desde a tarde de domingo (22/8) esteja controlado, ainda há focos de incêndio que preocupam os mais de 80 profissionais que atuam no local nesta terça-feira (24/8).
A comandante da 1ª Companhia do 1º Batalhão de Polícia Militar Ambiental, capitã Paola Mele, informou ao Metrópoles que os focos estão concentrados em áreas com grandes árvores. O objetivo das equipes de contenção é justamente evitar a “reignição” – termo usado pelos brigadistas para definir a retorno em grande escala de um incêndio.
“Ainda existem focos pequenos, fáceis de controlar, principalmente em áreas com árvores com porte maior, onde ainda fica a brasa. Este fogo pode sofrer reignição. Por isso, as equipes da Fundação Florestal, da Polícia Ambiental, voluntários, brigadistas e bombeiros civis estão trabalhando hoje em conjunto nos pequenos focos de incêndio. Logo, o fogo está controlado, mas não extinto”, explicou a capitã Paola Mele.
De acordo com a avaliação da representante da polícia ambiental, a área atingida não chega a 80%, como informou a Prefeitura de Franco da Rocha. “O incêndio está controlado, a gente espera que não chegue [a 80%]. É algo em torno de 50%, no máximo 70%”.
O trabalho de combate às chamas contou com monomotores que lançaram água sobre a área. Cada avião despejava até 3 mil litros de água a cada 20 minutos. “Isso baixa a temperatura e permite o combate ao fogo por terra”, diz o brigadista Vladimir Arraes, coordenador estadual da operação Corta-Fogo da Fundação Florestal. “Mas a terra vai parar de fumegar apenas quando chover”, completou.
Mais de 600 pessoas integram as equipes desde o início do incêndio, incluindo bombeiros civis voluntários.
“Eles têm um treinamento específico e vão com equipamento de proteção individual para ajudar nos trabalhos”, disse Paola.
Em um dos vídeos gravados durante o trabalho de combate às chamas, um dos agentes da Polícia Ambiental menciona a dificuldade no combate ao fogo: “Tentativa incansável na tentativa de conter as chamas que vão avançando, incontrolavelmente”.
Animais resgatados
Dois animais morreram após serem resgatados em meio às chamas: um ouriço e uma cobra do gênero Tomodon. Os bichos tiveram queimaduras em boa parte do corpo e não resistiram aos ferimentos, segundo Paola Mele.
Outros cinco animais foram resgatados com vida e levados para o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS), no Parque Anhanguera, em São Paulo: três calangos, um tatu e uma cobra jararaca.
“Eles estão recebendo o tratamento médico e veterinário para ver se, no futuro, é possível a reintrodução deles na natureza”, declarou.