Brigadeirão, galerista e gêmeas: crimes que abalaram o Brasil em 2024
O Brasil foi palco de diversos crimes que marcaram o ano, como o caso do brigadeirão, o assassinato de galerista no Rio e outros
atualizado
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Assassinatos, feminicídios, estupros, massacres e até guerra entre torcidas de futebol fizeram parte da retrospectiva dos crimes que chocaram os brasileiros em 2024. O Metrópoles separou algumas tragédias que marcaram o ano no país.
Sequestro, tortura e morte de candidata a vereadora em MT
A candidata a vereadora em Porto Esperidião (MT) Rayane Alves (Republicanos), de 25 anos, e a irmã dela, Rithiely Alves, 28, foram sequestradas, torturadas e assassinadas em setembro por um grupo criminoso.
As mulheres foram sequestradas com outros dois jovens na saída de uma festa por um grupo de nove pessoas, sendo sete homens e duas mulheres. Segundo os criminosos, as irmãs foram assassinadas por suposta foto fazendo sinal da facção rival Primeiro Comando da Capital (PCC). Elas tiveram os dedos cortados e morreram a facadas.
A tortura das jovens ocorreu durante chamada de vídeo com líder do Comando Vermelho (CV), que, primeiramente, mandou cortar o cabelo das irmãs e, em seguida, pediu R$ 100 mil para libertá-las com vida. Como não teve a garantia do dinheiro, mandou cortar os dedos e matar as duas.
Emboscada palmeirense
Uma emboscada de torcedores do Palmeiras a um ônibus de cruzeirenses na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), em outubro, resultou em uma pessoa morta e 17 feridas. O time mineiro teve o veículo depredado e incendiado.
Integrantes da Mancha Alviverde teriam monitorado e interceptado os cruzeirenses da Máfia Azul, que estavam voltando de Curitiba (PR), após a partida Cruzeiro x Athletico Paranaense pelo Brasileirão.
O cruzeirense José Victor Miranda, de 30 anos, um dos líderes da torcida organizada Máfia Azul, morreu carbonizado.
Caso Anic Herdy
A advogada e estudante de psicologia Anic Herdy, 55 anos, desapareceu em 29 de fevereiro. As últimas imagens registradas por um circuito de segurança mostram a mulher estacionando o carro em um shopping de Petrópolis (RJ).
As principais suspeitas do crime giram em torno de Lourival Correa Netto Fadiga, amante de Anic; os filhos dele Henrique Vieira Fadiga e Maria Luiza Vieira Fadiga; e a amante de Lourival, Rebecca Azevedo dos Santos.
O sequestro rendeu R$ 4,6 milhões aos criminosos. Lourival afirmou ter mantido um relacionamento com a vítima antes de matá-la e confessou o crime por meio de uma carta onde indicou o marido dela, Benjamin Herdy, como possível mandante.
O corpo de Anic foi encontrado concretado nos fundos da casa do réu.
Gêmeas envenenadas pela mãe
As gêmeas Manuela e Antônia Pereira, de 6 anos, morreram em um intervalo de oito dias no município de Igrejinha, a 90 km de Porto Alegre (RS).
A primeira a morrer foi Manuela, em 7 de outubro, e, em seguida, Antônia, em 15 de outubro. Ambas foram encontradas em parada cardiorrespiratória. Elas foram socorridas em casa, e não apresentavam sinais de violência.
A mãe das gêmeas foi indiciada como suspeita de ter colocado veneno ou medicamento em algum alimento das crianças. Em 11/12, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o inquérito do caso e indiciou da mãe das gêmeas como responsável pela morte delas.
Os investigadores também pediram a prisão preventiva da acusada, detida temporariamente desde 16/10. A defesa nega que a mãe tenha matado as filhas.
Caso Nega Pataxó
Indígenas foram atacados em conflitos com fazendeiros em 21 de janeiro na retomada do território Caramuru, no município de Potiraguá, no extremo sul da Bahia. Eles pertenciam à etnia Pataxó-hã-hã-hãe.
Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, foi assassinada, e o irmão, cacique Nailton, ficou ferido. Outras duas pessoas foram agredidas, e uma mulher teve o braço quebrado.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, o ataque foi organizado por cerca de 200 fazendeiros e comerciantes da região em um grupo no WhatsApp com nome “Invasão Zero”. Os fazendeiros cercaram a área com dezenas de caminhonetes e atacaram os indígenas.
Caso de feminicídio por fisiculturista
Igor Porto Galvão, fisiculturista e nutricionista de 32 anos, foi acusado de matar a esposa, Marcela Luise de Souza Ferreira, de 31, em Aparecida de Goiânia (GO), em 10 de maio.
O fisiculturista levou a esposa inconsciente ao hospital alegando que ela havia sofrido um acidente doméstico. Mas lesões graves, como traumatismo craniano e fraturas de clavículas e costelas, além de múltiplos ferimentos no corpo, não eram compatíveis com o alegado pelo acusado.
Ele já havia respondeu por violência doméstica contra uma ex namorada e contra Marcela. A vítima permaneceu 11 dias em estado grave, mas morreu em 20 de maio. Ele será submetido a um júri popular.
Tragédia no Guarujá
O ex-secretário municipal e advogado Thiago Felipe de Souza Avanci, 39 anos, matou a mãe, o cachorro e tirou a própria vida, em 17 de setembro, dias após a família descobrir que ele abusava sexualmente do sobrinho autista, de 17.
Primeiro, o irmão de Thiago registrou ocorrência sobre o desaparecimento do advogado. Segundo o boletim, ele recebeu um envelope com documentos e objetos pessoais do irmão.
Dois dias depois, a mãe do sobrinho do advogado denunciou o cunhado por estupro de vulnerável. O adolescente morava com a avó e o tio, mas voltou a viver com os pais após revelar para a psicóloga estar com dor e sangramento no ânus.
Na ocorrência, a mãe citou que, na carta deixada por Thiago, estava escrito que ele cometeria suicídio por ter “relação amorosa” com o sobrinho. Além disso, havia um pen drive, com cenas de sexo em vídeos e imagens.
Caso brigadeirão
Júlia Andrade Cathermol Pimenta foi acusada de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, então namorado, com brigadeirão envenenado com morfina em maio. Ela contou com ajuda da cigana Suyany Breschak, a qual devia R$ 600 mil.
O corpo do empresário foi encontrado pela polícia em estágio avançado de decomposição dentro do apartamento dele, no Engenho Novo, zona norte do Rio de Janeiro, em 20 de maio. A suspeita é de que ele tenha morrido no dia 17 daquele mês.
Galerista norte-americano assassinado no Rio
O galerista norte-americano Brent Fay Sikkena, 75 anos, foi assassinado, em 13 de janeiro, com 18 facadas no tórax e no rosto. O corpo dele foi encontrado em casa, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro.
O suspeito do crime é o cubano Alejandro Triana Prevez. Ele teria matado Brent a mando de Daniel Garcia Carrera, ex-marido do galerista. Ao confessar o crime, Tevez confessou que receberia US$ 200 mil, cerca de R$ 1 milhão, para assassinar a vítima.
Brent e Daniel estavam em processo de divórcio milionário e disputavam a guarda do filho, de 14 anos.
O ex-marido foi indiciado como mandante do crime.
Delator do PCC morto no aeroporto de Guarulhos
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro. O crime teria ocorrido a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Gritzbach era jurado de morte por supostamente ter mandado matar dois membros integrantes da Facção. Ele chegou a ser preso acusado do duplo homicídio, mas respondia em liberdade. Os mortos eram dois integrantes da facção criminosa PCC. Por trás desses crimes, estaria o desaparecimento de R$ 100 mil.
Em 2023, o empresário fez um acordo de delação premiada, entregando ao Ministério Público os nomes de criminosos do PCC e de policiais envolvidos em corrupção.
Até o momento dois suspeitos do assassinato foram presos: Matheus Augusto de Castro Mota e Kaue do Amaral Coelho.